“Um capitão deve defender os jogadores sempre que necessário”


Numa carreira inteira dedicada ao Marítimo, o defesa de 35 anos anseia por permanecer ligado ao futebol após o final da carreira.

Como surgiu a alcunha “Briguel”?
O nome “Briguel” surgiu através de um treinador da equipa onde o meu irmão jogava. Eu ia ver os treinos dele e ficava do lado de fora a brincar sozinho com uma bola. Tinha cerca de sete anos de idade e já jogava nas escolinhas do Marítimo a defesa esquerdo. Era loiro, gordinho e tinha parecenças físicas com Briegel, jogador da seleção alemã e que também jogava a defesa esquerdo.

A nível pessoal, qual é o balanço que faz da temporada?
A nível pessoal não tem corrido como gostaria. Não estou a jogar com tanta regularidade e também tive uma lesão em janeiro.

É o capitão do Marítimo. Como foi escolhido para o cargo?
São regras internas do clube: o jogador madeirense com mais anos no Marítimo é escolhido para ser capitão.

Ficou surpreendido com a escolha?
Não fiquei surpreendido porque são as regras do clube e, claro, com o tempo sabia que, mais cedo ou mais tarde, podia chegar à posição.

É uma vida dedicada ao Marítimo. Ser capitão era um sonho?
O Marítimo é um dos maiores clubes de Portugal e o maior das ilhas, de que sempre gostei e admirei. Ser capitão era um sonho e também um objetivo, e tornou-se numa grande responsabilidade transmitir a mística do que é ser maritimista e madeirense. Também é uma honra suceder a grandes capitães que passaram pelo Marítimo, como por exemplo Carlos Jorge, João Luís, Zeca, entre outros.

Porque é que nunca saiu do Marítimo?
Não saí do Marítimo porque nunca houve propostas concretas. As aproximações nunca passaram de meras abordagens. Para além disso, o Marítimo sempre deu me boas condições, em todos os aspetos.

Quais são os valores maritimistas que transmite a um jogador recém-chegado ao clube?
A raça, a determinação, dar tudo em prol da instituição que representa para poder voar mais alto, uma vez que este é um clube de formação, um clube vendedor.

Quais são as características de um bom capitão?
Acima de tudo, ser um bom companheiro, leal, sério, ajudar na integração no clube, na cidade e defender os jogadores sempre que necessário.

Ser um bom capitão é determinante no sucesso de uma equipa?
Sem dúvida. Conjuntamente com a equipa técnica, é fundamental ter um bom capitão para se garantir um excelente grupo de trabalho.

O capitão deve falar com o árbitro durante o jogo?
Sim, deve falar, mas sempre com respeito. Primeiro, por se tratar de um ser humano que pode errar como os jogadores erram. Mas também por ser uma equipa que faz parte do jogo de futebol.

Há algum capitão de equipa que tenha como exemplo?
Sim, todos os capitães que passaram pelo Marítimo.

Espera continuar ligado ao Marítimo depois de terminar a carreira?
A minha vida sempre esteve ligada ao futebol e ao Marítimo, por isso é óbvio que gostaria de continuar ligado à modalidade. Se for no Marítimo, melhor ainda.

Como tem visto a atuação do SJPF?
Na minha opinião, o SJPF está a fazer um trabalho excelente. Tem evoluído muito nos últimos anos. Há batalhas nas quais existe ainda muito a melhorar mas sei que as pessoas estão empenhadas em fazê-lo.

Nuno Miguel Pereira Sousa
Data de nascimento: 8/3/1979
Posição: Defesa
Clubes: Marítimo