“Não abandonem os estudos”


O futebol e a engenharia de energia do ambiente.

Foi submetido a quatro cirurgias, esteve quatro épocas sem jogar futebol e encontrou nos estudos a solução para o seu futuro. Aos 25 anos, Dani regressou aos relvados e em simultâneo está no terceiro de cinco anos do Mestrado Integrado em Engenharia de Energia do Ambiente.

“Quando parti a perna, em 2010, encontrei na faculdade o plano B que passou a ser o plano A. Se não fossem os estudos, não sei o que estaria a fazer neste momento, além de jogar futebol”, revela o jogador que representa o 1.º Dezembro, do Campeonato de Portugal.

Dani estuda na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e treina em Sintra, admitindo que, por vezes, é difícil conciliar os estudos com o futebol: “É possível desempenhar as duas actividades mas é muito complicado. O futebol obriga-nos a treinar todos os dias e aos fins-de-semana temos os estágios de preparação para os jogos.”

Para incentivar mais jogadores a prosseguir os estudos, o avançado de 25 anos sugere a celebração de protocolos entre as universidades e os clubes: “Seria uma grande ajuda para os futebolistas que querem estudar. Haveria uma maior conciliação de horários e os jogadores teriam um estatuto especial enquanto estudantes.”

Dani é visto pelos colegas de equipa como um exemplo a seguir. Uma situação que o leva a deixar uma mensagem a todos os futebolistas profissionais.

“Não abandonem os estudos porque o meu exemplo mostra que não ter deixado a faculdade foi a melhor solução. Lesionei-me com gravidade quando estava no Belenenses e estive quatro épocas sem jogar. A vida de um jogador profissional pode mudar de um dia para o outro, como infelizmente aconteceu comigo, e devemos ter sempre um caminho alternativo”, aconselha.

Após quatro épocas consecutivas sem pisar os relvados, Dani confessa que o regresso ao futebol tem sido um misto de sensações: “Está a ser estranho, por um lado, e maravilhoso, por outro. Jogo futebol desde os cinco anos e ter estado afastado da modalidade durante tanto tempo foi muito complicado. Deixei de ver futebol durante dois anos e nem conseguia estar perto dos estádios.”

Com 11 jogos disputados na presente temporada, Dani tem os pés bem assentes na terra, não pensando para já em voos mais altos: “Neste momento tenho de me concentrar no que está ao meu alcance. O futuro a Deus pertence.”  

A finalizar, o jogador que na temporada 2009/10 representou o Belenenses na Primeira Liga deixa uma palavra para o trabalho desenvolvido pelo SJPF: “O Sindicato é muito importante para o futebol. Todos os jogadores deveriam ser associados.”