“Não me sinto um estrangeiro, o que é muito bom”


Há dois anos no nosso país, o médio francês do Leixões já fala um pouco português e gosta muito de peixe.

Chegou a Portugal em 2016 para representar o Lusitano VRSA. Adaptou-se bem ao futebol português?
Quando joguei no Lusitano VRSA foi por empréstimo do Leixões. No início, a adaptação é sempre algo difícil, o que é normal, pois nunca tinha jogado fora de França. Depois, com o tempo, adaptei-me bem, aprendi um pouco de português (já falo o suficiente) e trabalhei para conhecer bem o futebol português, que tem diferenças em relação ao francês.

Qual foi a maior dificuldade na adaptação ao país?
Talvez a língua. Mas não foi muito difícil e até aprendi mais rápido do que aquilo que pensava.

Ao vir para Portugal fez questão de conhecer novos países e culturas ou as coisas simplesmente aconteceram dessa forma?
Vim para cá porque aconteceu. O Leixões fez-me o convite e vim sem problema. Gostava do futebol português e não tive problema em vir para cá.

Nos momentos mais difíceis alguma vez equacionou voltar a França?
Quando estás longe da família, às vezes pensas nisso. No meu caso, no início, pensei como iria ser. Mas depois a família veio cá – o que acontece com frequência – e tudo passou.

Quais são as principais diferenças relativamente ao futebol francês?
O futebol francês é muito mais físico. Aqui é mais técnico. Acho que a maior diferença é que lá quase todos os clubes, se não todos mesmo, têm melhores condições de trabalho ao nível de campos de treino, das instalações, etc.

Veio com o objetivo de depois saltar para uma liga mais atrativa ou não fez esse tipo de planos?
Todo o jogador quer jogar nas melhores ligas. Vou sempre pensar assim. Para já, estou bem aqui, mas se no futuro receber bons convites que sejam bons para mim e para o Leixões, pensaremos nisso.

Os portugueses são considerados um povo hospitaleiro. Confirma?
Sim, muito hospitaleiros. Tanto no Algarve como em Matosinhos fui sempre muito bem tratado. Não me sinto um estrangeiro, o que é muito bom.

Como é viver em Matosinhos?
É bom. As pessoas são muito simpáticas, gostam muito do Leixões e é uma terra com um peixe maravilhoso. E eu gosto muito de peixe.

Quando visita França, o que é que faz questão de trazer sempre na mala?
Não costumo trazer nada de especial. Mas quando os meus pais vêm cá, trazem sempre alguma coisa. Nada de especial. Uma ou outra coisa de comer, por exemplo.

Vai para a terceira época no futebol português. Qual foi a mais marcante?
A época passada foi a melhor. Afirmei-me na equipa do Leixões e joguei com regularidade, que é o que todos os jogadores querem.

Qual foi o melhor jogador com quem jogou em Portugal?
Há vários jogadores com muita qualidade em Portugal. Destacar um é difícil, mas os que jogam comigo no meio-campo são muito bons.

Que opinião tem sobre o trabalho do Sindicato dos Jogadores no futebol português?
Não conheço muito bem o trabalho do Sindicato porque estou cá há pouco tempo. Mas os meus colegas dizem que fazem um bom trabalho.


Perfil
Nome: Amine Oudrhiri Idrissi
Data de nascimento: 4 de novembro de 1992
Posição: Médio
Percurso como jogador: RCF Paris (França), Red Star 93 (França), Nantes B (França), Arles-Avignon (França), Sedan (França), Lusitano de Vila Real de Santo António e Leixões.