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As carreiras duais são uma preocupação central da política europeia para o desporto. Pessoalmente, acredito que a preparação dos jogadores para o desempenho de outra atividade é indispensável para minimizar as dificuldades de reintegração no mercado de trabalho, finda a carreira desportiva.

O projeto de educação e formação do Sindicato tem, por isso, uma matriz de promoção da carreira dual que procuramos, agora, efetivar.

Um estudo realizado pelo Sindicato dos Jogadores em 2016 indica que cerca de 48% dos jogadores da 1.ª Liga e 34% dos jogadores da 2.ª liga aspiram tornar-se treinadores. Com efeito, no Programa Nacional de Formação de Treinadores é absolutamente indispensável a integração do conceito da carreira dual.

De que forma a carreira desportiva pode ser valorizada? O Sindicato defende a flexibilização do atual modelo de formação, valorizando a experiência profissional dos jogadores, em especial dos ex-internacionais e dos que apresentam experiência profissional regular ao nível da 1.ª Liga.

Por outro lado, o regime de faltas deve considerar as exigências próprias da competição desportiva. Para os jogadores no ativo, que não têm condições para realizar o estágio, defendemos a possibilidade de progressão de grau, sem prejuízo da sua realização em momento posterior.

Estas e outras propostas pretendem efetivar a promoção da carreira dual no futebol, tendo sido apresentadas ao IPDJ para ponderação na revisão do atual modelo de formação de treinadores.

Estamos ao lado dos inúmeros jogadores em final de carreira que nos manifestam o seu descontentamento por um sistema que não valoriza o percurso desportivo.

Termino com uma chamada para Leiria! Todos juntos no apoio à Seleção e na angariação de fundos para aqueles que ainda sofrem em consequência dos incêndios florestais.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (14 de novembro de 2017)

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