António Oliveira

Nascido a 10 de Junho de 1952, em Penafiel, Oliveira começou a jogar futebol federado no FC Porto. Tinha 15 anos de idade. Desde logo se viu que era um talento. Com apenas 17 anos foi chamado à equipa principal, então orientada pelo brasileiro Paulo Amaral. No terreno, passou pelas mais variadas posições. Foi defesa (esquerdo e direito), extremo e ponta-de-lança. Polivalente até chegar à posição que o iria consagrar: o de médio ofensivo. Possuidor de uma técnica acima da média, Oliveira apresentava um génio que só merecia uma camisola com um número: o mítico "10".

A partir de 1975, com José Maria Pedroto ao leme, Oliveira arrancou em definitivo para o estrelato. Em 1977/78, ajudou o FC Porto a conquistar o título de campeão nacional depois de 19 anos de jejum. Nessa época marcou 19 golos. Na temporada seguinte, novamente campeão nacional.

Os convite do estrangeiro - Estados Unidos, França, Brasil e Espanha - começaram a surgir com alguma frequência. Falou-se do Real Madrid, do Atlético de Madrid mas foi o Bétis de Sevilha, em 1979/80, quem conseguiu recrutá-lo. Na cidade da Andaluzia foi recebido em apoteose. Porém, não foi feliz. Seis meses depois, deixou tudo para regressar ao FC Porto.
"A minha visão do mundo é demasiado provinciana. Foi a conclusão que cheguei depois de ter vivido seis meses de solidão espiritual. É por isso que volto" disse então.

No final dessa época, estalou o "Verão quente" nas Antas. José Maria Pedroto foi afastado do comando técnico e a maioria dos jogadores solidarizou-se com o treinador.

Oliveira não recuou e assinou contrato como jogador-treinador do Penafiel, o clube da sua terra. Conseguiu manter o Penafiel na Primeira Divisão. Mas era um emblema "demasiado pequeno" para o seu talento.

"Por cada leão que cair outro se levantará".
Ingressou no Sporting e, logo na primeira época, em 1981/82, sagrou-se campeão nacional. Em Agosto de 1982, João Rocha convidou-o para acumular as funções de treinador-jogador. Nesse ano, fez um dos melhores jogos da sua carreira quando na noite de 29 de Setembro entrou em campo minutos depois de ter recebido a notícia da morte do seu pai. Para a Taça dos Campeões Europeus, o Sporting derrotou o Dínamo de Zagreb por 3-0. Três golos de Oliveira.

Demitiu-se do cargo de treinador em Abril de 1983. Ficou "apenas" como jogador.

A 22 de Março de 1985, três dias depois de um jogo com o Paris Saint- Germain, anunciou formalmente a sua retirada dos relvados. Um adeus que não foi definitivo. Na época de 1985/85, reapareceu como treinador do Marítimo. Para ajudar a formação insular, voltou a calçar as botas e aos relvados durante sete jogos. Esse, sim, foi o ponto final numa brilhante carreira como futebolista.

Depois de ter treinado o Marítimo passou a ser o responsável pela seleção de Esperanças, à frente da qual esteve duas temporadas. Seguiram-se o Vitória de Guimarães, a Académica de Coimbra, o Gil Vicente e o Sporting de Braga. Em 1994 foi contratado para seleccionador nacional. Como jogador, ao serviço de Portugal (24 internacionalizações), não conseguiu estar presente em fases finais de grandes competições, como por exemplo, o Europeu de 1984. Alcançou-o como técnico no Europeu de 96, em Inglaterra, onde Portugal chegou aos quartos-de-final, e no Mundial de 2002, na Coreia do Sul e Japão, eliminado na fase de grupos. Pelo meio, entre 1996 e 1998, treinou o FC Porto sagrando-se duas vezes campeão nacional.

Apesar dos títulos saiu do clube. Regressou ao Bétis de Sevilha mas não chegou a começar a época devido a desentendimentos com o presidente do clube.

Depois da segunda passagem pela selecção, em 2002, Oliveira não voltou a treinar. Voltou-se para o dirigismo. Em 2003/04 foi eleito presidente do FC Penafiel. Manteve-se no cargo até 2006. Desde então - apesar de ser apontado como um dos possíveis sucessores de Pinto da Costa na presidência do FC Porto -, desligou-se do futebol, a não ser em jogos de exibição para fins de solidariedade. Tirou o curso de Direito, numa universidade do Porto.

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