“O importante é dar-me bem com todos e ajudar no que for preciso”


Edgar Costa e o papel do capitão de equipa num balneário.

O capitão do Marítimo gosta de ajudar todos os colegas de equipa e transmitir a mística do clube.

Mereceu a braçadeira de capitão. Como foi eleito para o cargo?
Não tenho a certeza, mas acho que foi por ser o jogador que estava há mais tempo no clube.

Já tinha sido capitão noutros clubes?
Sim, não era o primeiro, mas era um dos capitães do Nacional e do União.

Sente que impõe uma liderança natural no balneário?
O importante é dar-me bem com todos e ajudar todos. O principal papel do capitão é dar-se bem com a equipa toda e ajudar no que for preciso.

Há algum capitão que tenha como exemplo?
Tive o Briguel e o Luís Olim, por exemplo. Eram referências como capitães para mim.

Sendo capitão e um jogador tão experiente, que valores transmite aos mais jovens e a quem chega ao clube?
Transmito o que é ser do Marítimo, o que é ser um jogador deste clube e sentir este clube. Para jogar nesta equipa é preciso lutar por um objetivo.

Como capitão, alguma vez precisou de chamar um colega à atenção de uma forma mais “autoritária”?
Não foi de uma forma autoritária, mas já chamei alguns colegas à atenção. Mas não sou aquele capitão polícia ou sou eu que mando, não é nada disso. Apenas ajudo os jogadores, só isso.

Ter de assumir esse papel é uma situação ingrata ou é natural?
Mesmo quando não sou capitão, quando vejo uma coisa que acho que não está correta chamo o meu colega à atenção. Isso é mesmo de mim.

Do que é que os capitães costumam falar quando trocam galhardetes? Muitas vezes vemos os jogadores e o próprio árbitro a rir.
São coisas do momento. O pessoal troca os galhardetes, cumprimenta-se, às vezes manda uma coisa ou outra.… Depende.

E costuma haver algum tipo de picardia saudável com o outro capitão, algumas bocas na brincadeira?
Não, não, é tudo com respeito. Nada de coisas assim… [risos] É agradecer e depois desejar bom jogo.

Os árbitros costumam ser mais tolerantes com os protestos dos capitães?
É capaz, mas os árbitros respeitam todos os jogadores, tal como os jogadores têm respeito por eles. O respeito é mútuo. Nós como capitães temos de ir falar com os árbitros e dizer aos nossos colegas para estarem caladinhos para nós resolvermos o problema. [risos]

Alguma vez foi expulso por palavras enquanto capitão?
Não, não. E este foi o ano em que levei menos amarelos. Acho que só levei três amarelos e nenhum por protestos. E gosto muito de falar! [risos]

Antes do Marítimo, jogou no União e Nacional, os outros grandes da Madeira. Como é a sua relação com os adeptos ao andar na rua?
É normal. Todo o mundo me conhece aqui na Madeira, por isso é normal. Às vezes há uma boquinha ou outra na semana antes dos jogos, mas isso aguenta-se bem. [risos]

Esteve um ano no Moreirense, a sua única experiência no continente. Gostou?
Gostei, também gostei muito do clube, mantenho uma boa relação com alguns diretores do Moreirense. Gostei muito.

Tem 31 anos. Ainda gostava de jogar no estrangeiro? Tem essa ambição?
Para ser sincero gostava de acabar aqui, mas financeiramente, não vamos ser hipócritas, era muito bom ir para o estrangeiro. Vamos ver, ninguém sabe o futuro. Vamos ver como vai correr.

Como tem visto a atuação do Sindicato dos Jogadores no futebol português?
Recebo e-mails e é bom ver que o Sindicato está sempre atento e a ajudar os jogadores. Sentimos a proteção do Sindicato.


Perfil
Nome: José Edgar Andrade Costa
Data de nascimento: 14 de abril de 1987
Posição: Avançado
Percurso como jogador: Estreito (formação), União (formação), União, Nacional, Moreirense e Marítimo.

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