"Queremos preservar a memória coletiva"

O Sindicato dos Jogadores, ao propor o Conselho de Veteranos, pretende que este seja um espaço plural, ativo e respeitado no desporto. Somos a voz dos jogadores, mulheres e homens, no plano nacional e internacional, uma instituição que honra o passado, com 46 anos de existência, representada pelo que cada um, individual e coletivamente deu ao desporto português.

Na verdade, nós somos o futebol e são as referências do nosso futebol que este Conselho pretende honrar. Hoje, o Sindicato assume-se como uma organização moderna, com uma visão integral dos problemas que afetam os jogadores.

A educação, a saúde, o emprego, o apoio jurídico na relação laboral desportiva, a investigação, a solidariedade ou a relação com a comunidade, fazem parte dos desafios diários. Preocupam-nos as diferentes fases da carreira desportiva, a formação, os jogadores no ativo, os jogadores em transição e os retirados.



Nesta perspetiva, queremos preservar a memória coletiva, beneficiar da experiência dos que mais deram ao futebol português, garantir um envelhecimento ativo. Queremos que as glórias de Portugal continuem vivas. A escolha de António Simões, que esteve na constituição do Sindicato e é uma figura respeitada e com visão agregadora, dá-nos a certeza do sucesso deste projeto.

Saúdo, os restantes dez conselheiros que aceitaram o nosso desafio: Hilário, Eurico Gomes, Paulo Futre, Carlos Manuel, Nuno Gomes, Beto, Simão Sabrosa, Jorge Andrade, Hugo Viana e Carla Couto. Bem-vindos e obrigado pelo compromisso. Outros se juntarão, estou certo, numa missão que não tem clube, esta é uma casa comum.

Joaquim Evangelista, Presidente da Direção do Sindicato dos Jogadores


"Podemos contribuir para fomentar um clima de maior harmonia"

No atual panorama do futebol nacional, esta iniciativa do Sindicato dos Jogadores assume a maior relevância e concorre para valorizar mais ainda o papel de uma estrutura que tem sabido dignificar a modalidade que praticámos e que tanto estimamos. Confesso que sinto lisonja por ter sido convidado a presidir ao órgão que agora se apresenta.

Anuí, sem reservas, tendo também presente, perdoe-se-me a imodéstia, o papel que tive, já lá vai meio século, na criação do Sindicato, nesse período politicamente muito adverso que o país vivia. Neste momento, o futebol, em alguns setores talvez como nunca, tem sido fustigado, pelo que a postura de antigos futebolistas, com relevantes serviços prestados, afigura-se da maior relevância e deve constituir uma boa razão para melhorar a cultura desportiva de todos os agentes.



O facto de este novo organismo ter caráter consultivo não lhe subtrai relevância, antes pode contribuir para fomentar um clima de maior harmonia, de mais congruência, de melhor formação.

A característica intergeracional, por seu turno, convergirá, decerto, para valorizar todas as opiniões ou sugestões, na certeza de que a paixão pelo futebol não escolhe idades entre aqueles que se dedicaram à sua prática.

António Simões, Presidente do Conselho de Veteranos