Futebol com Escola


Qualquer homem "que se preze”, durante a sua infância, pelo menos uma noite, sonhou um dia ser jogador de futebol. Aos pais cabe analisar a estatística e comunicá-la! Ou seja, lembrar e relembrar diariamente os filhos de que essa probabilidade tende para zero… Por essa razão, aconselham os filhos a dedicarem-se aos estudos, pois, estatisticamente, é por esta via que se vão dar bem na vida.

Não vou entrar por aqui: a Escola é claramente decisiva, não tanto pelo que representa, mas sobretudo pelo valor que acrescenta à pessoa e, por consequência, ao jogador. Melhor, não dispensa um eu, um sim!

Se o futebol, nos dias que correm, é cada vez mais científico, se o treino está (às vezes implicitamente) “carregado” de tecnologia e vive em grande parte da análise e tratamento exaustivos de dados, o futebol é, logo, com toda a magia e imprevisibilidade que tem dentro, uma ciência cada vez mais exacta.

O jogo vive desta relação pessoal entre o indivíduo - que é único - e aquilo que o conhecimento lhe dá. Assim, quanto mais eu sei, melhor eu posso ser! De onde vem este conhecimento? Será só intuitivo? Dispensará a nossa inteligência ou é dependente dela?

Este conhecimento, na sua parte visível, vem do treino, mas, tal como as árvores dependem da raiz escondida na terra para se alimentarem e sobreviverem, nós dependemos deste conhecimento “invisível”, também ele nosso alimento, para nos tornarmos mais fortes e resistentes do que os demais. A raiz é a Escola, centro de estágio, permanente, do cérebro, órgão decisivo para o candidato a jogador de futebol de quadro de honra!

Assim, precisamos da Matemática para sermos objectivos, rigorosos e precisos; necessitamos do Português para sermos criativos, para sabermos ler e interpretar bem o jogo; dependemos do Inglês para podermos dialogar com o Mundo; utilizamos a História para conhecermos o valor do passado, da tradição, e, consequentemente, percebermos melhor quem somos e o que esperam de nós; recorremos às Ciências para podermos potenciar, ao limite, o nosso corpo, a nossa performance; servimo-nos das Artes para aprendermos a olhar e a escutar para além do óbvio; temos a Religião para nos relembrar que não dependemos só de nós…

Bom estudo!