“100 jogos na Primeira Liga é um marco importante”


Com apenas 23 anos, o defesa central Frederico Venâncio já atingiu a marca dos 100 jogos na Primeira Liga. O capitão do Vitória de Setúbal procura transmitir uma mensagem de confiança aos colegas de equipa. 

Sobre o futuro, o jovem futebolista promete dar o melhor jogo a jogo e fazer as contas no final.

O que sentiu no momento em que completou 100 jogos na Primeira Liga?
Senti uma enorme alegria, porque fazer 100 jogos na Primeira Liga aos 23 anos é um marco muito importante para mim. Deixa-me muito satisfeito, é sinal de que estou a ser uma aposta do clube. Mesmo mudando de treinadores e colegas de equipa, as pessoas confiam no meu trabalho. O marco de 100 jogos na Primeira Liga deixa-me muito satisfeito por isso mesmo.

Celebrou o centenário na Primeira Liga com uma vitória sobre o Benfica. Não podia ter sido melhor…
É uma situação engraçada, porque só depois do jogo é que soube que tinha feito os 100 jogos. Antes disso não sabia. É claro que fazer 100 jogos e ganharmos nesse mesmo dia a um grande de Portugal e a um candidato ao título é sempre especial.

Espera alcançar os 200 jogos na Primeira Liga?
Eu esperar, espero. Tenho em mente esse objetivo. Mas só o futuro é que poderá dizer se eu chego lá ou não, mas tenho essa vontade de chegar lá, claro.

Como foi eleito capitão de equipa?
Acredito que tenha sido o próprio treinador e a própria direção que me atribuíram esse papel. Na época passada já fazia parte do lote, já era um dos capitães do Vitória. Com as saídas de alguns jogadores encarregados dessa função, o treinador achou que eu reunia as condições e tinha o perfil para ser capitão.

Enquanto capitão de equipa que mensagem procura transmitir aos seus colegas?
Tento transmitir a importância da camisola que eles vestem, passar a mística do Vitória, a história que o clube tem. Tento transmitir isso para terem noção da importância de vestirem aquela camisola, honrá-la e dar sempre o máximo em prol do clube e da equipa. Sabendo que eles têm de dar sempre o seu melhor, tento transmiti-lo mesmo nos próprios treinos. Também é importante transmitir confiança aos jogadores, mesmo em momentos em que as coisas não estão a correr bem. É fundamental fazê-los perceber que são jogadores com qualidade e que têm de ter confiança neles próprios.

Há algum capitão que tenha como exemplo?
Muitos exemplos que eu tento seguir são aqueles que acabei por encontrar aqui no Vitória. O Ricardo Silva, Ney Santos, Paulo Tavares, Pedro Queirós… são alguns dos ex-colegas meus que desempenharam essa função. Tento seguir os seus exemplos na maneira como desempenhavam o papel de capitão. Também tenho o exemplo em casa, do meu pai, que foi capitão no Sporting durante muitos anos. Tento sempre seguir o bom exemplo deles todos, retirar as coisas boas que eles faziam, tentar fazê-lo hoje em dia e transmitir aos meus colegas essas boas indicações.

Quais são as expetativas para esta época? É legítimo pensar num regresso à Europa?
Em termos coletivos temos ciente que o nosso primeiro objetivo é a manutenção, estamos focados nisso. Em princípio devem faltar três pontos, neste momento temos 28, sabemos que com a vitória ficamos com 31 e esse objetivo poderá não ficar já concretizado, mas ficamos muito perto. Depois de o atingirmos, temos de pensar jogo a jogo e no final fazemos as contas. Queremos chegar o mais longe possível. Se der para chegar à Europa, já é muito bom. Sabemos que temos de dar sempre o nosso melhor e são sempre jogos muito complicados, o campeonato este ano está muito equilibrado, há muitas equipas boas com muitos bons jogadores. Temos de estar sempre focados jogo a jogo, depois no final logo se vê. Se conseguirmos chegar o mais longe possível, principalmente aos oito primeiros lugares, já seria muito importante para o clube.

Que ideia é que tem do trabalho desenvolvido pelo Sindicato dos Jogadores?
Na época passada participei numa pequena palestra no âmbito da Semana Contra o Racismo e a Violência no Desporto. Foi esse o trabalho mais direto que tive com o Sindicato. Tenho ouvido colegas meus que passaram por processos um pouco complicados em antigos clubes e o Sindicato ajudou-os a resolver essa situação. Em termos de experiência própria, sou sócio mas ainda não foi necessária a ajuda do Sindicato, mas sei que no dia em que precisar ele vai estar presente.

O Sindicato definiu como prioridade a formação académica do jogador de futebol. O Venâncio está a estudar ou pretende regressar aos estudos?
Neste momento não estou a estudar. Candidatei-me à faculdade e tenho vontade de estudar fisioterapia. É o que estou a pensar fazer quando acabar a carreira. Infelizmente a minha candidatura não foi aceite, devido às vagas na altura. Neste momento é uma hipótese, quem sabe no próximo ano letivo.