Mereceste a braçadeira de capitão do Mafra. Como é que foste eleito para o cargo?
Passei a ser um dos capitães há três anos por ser o mais velho, tanto no clube como em termos de idade no plantel.

Já tinhas sido capitão noutros clubes?
Sim, já tinha sido capitão nas camadas jovens do Benfica.

Sentes que impões uma liderança natural no balneário?
Felizmente, tenho tido a sorte de ter tido grandes homens como colegas de equipa e assim tudo se torna mais fácil, não havendo necessidade de haver uma liderança seja de quem for dentro do balneário.

Que valores transmites aos mais jovens e a quem chega ao clube?
Quem chega tem de perceber principalmente que o Mafra é um clube diferente, é um clube de respeito, cumpridor e que, acima de tudo, já passou por muita coisa para chegar onde está neste momento. E quem chega tem de perceber e dar muito valor a isso.

Há algum capitão que tenhas como exemplo?
Para mim, exemplos a seguir são homens honestos, com caráter, que conquistam tudo pelo seu trabalho e sacrifício, sejam capitães ou não. Esses são os homens que utilizo como exemplo.

Como capitão, alguma vez precisaste de chamar um colega à atenção de uma forma mais dura?
Sim, já, não por ser capitão, mas por ser mais velho e ter alguma experiência. E sempre que o fiz foi no bom sentido e em prol do grupo e da equipa. Não existe nenhuma equipa que ganhe sem que seja unida.

Ter de assumir esse papel é uma situação ingrata ou é natural?
Quando se tem um grupo de verdadeiros homens como colegas de equipa tudo se torna natural.

Do que é que os capitães costumam falar quando trocam “galhardetes”?
Tudo o que se fala em campo é derivado do jogo, do momento, da situação, relativamente a jogadores e árbitros.

Os árbitros costumam ser mais tolerantes com os protestos dos capitães?
Penso que os árbitros deveriam ter uma atitude mais próxima do jogador, não se colocarem num “nível” mais acima quando algum jogador se dirige a ele, seja capitão ou não. Quando os árbitros perceberem que se tiverem um comportamento e uma atitude mais calma e não tão arrogante perante os jogadores penso que até para o trabalho deles dentro de campo será melhor. Alguns árbitros já o fazem e por isso são os melhores.

Como tens visto a atuação do Sindicato dos Jogadores no futebol português?
Penso que o Sindicato tem ajudado bastante para que o jogador seja mais respeitado no mundo do futebol. Tem sido um organismo que tem combatido e lutado muito para que o jogador seja tratado como o principal interveniente no futebol, pois sem ele o futebol não existia, e penso que os clubes e as pessoas envolvidas no futebol deveriam respeitar mais o jogador e não trata-lo como muitas vezes tratam.


Perfil
Nome: João Nuno Lobo Godinho
Data de nascimento: 28 de setembro de 1984
Posição: Guarda-redes
Percurso como jogador: Benfica (formação), Benfica B, Vilafranquense, Torreense, Oriental, Elvas, Odivelas, Carregado e Mafra.