"Falamos de seres humanos e não de máquinas"


O desporto, e o futebol em particular, tem inerente a constante pressão para ganhar, atingir objetivos e o máximo rendimento desportivo.

O desporto, e o futebol em particular, tem inerente a constante pressão para ganhar, atingir objetivos e o máximo rendimento desportivo.

Paralelamente, há fatores desestabilizadores que não podem ser ignorados: o incumprimento salarial, as abordagens para a manipulação de resultados, as lesões ou doenças incapacitantes, o doping, o afastamento das opções do treinador, a confrontação para renovar ou rescindir um contrato ou a difícil gestão da vida familiar.

Estas e outras vicissitudes da vida de um atleta levam a que, muitas vezes, não estejam preparados para superar as adversidades e manter o equilíbrio psicológico. O Sindicato dos Jogadores não é indiferente a esta temática.

Este projeto procura diagnosticar as principais necessidades dos jogadores, atuar preventivamente sobre as fragilidades encontradas e conceder respostas adequadas para as situações de crise. Estamos conscientes dos fatores de riscos que envolvem esta profissão de curta duração e desgaste rápido.

A pressão exercida por adeptos, intermediários, investidores, treinadores e a própria família, o facto de muitos jogadores não se prepararem para a transição de carreira, seja promovendo a poupança, seja apostando na formação, potenciam perturbações do foro psicológico e emocional.

Neste contexto, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Psicologia do Desporto, abordaremos as questões da saúde mental e do bem-estar do jogador, desenvolvendo instrumentos que auxiliem na superação destes problemas.

O futebol é um jogo bonito, mas cada vez mais difícil para os jogadores profissionais. Falamos de seres humanos e não de máquinas. É tempo de cuidarmos dos protagonistas, muito para além daquilo que está à vista dos nossos olhos.

Joaquim Evangelista, Presidente da Direção do SJPF