"A carreira é curta e é importante investir na formação"


Aos 23 anos, Pedro Ganchas tem sido um dos jogadores em evidência no Paços de Ferreira.

Fez a formação no Benfica e há dois anos mudou-se para o Paços de Ferreira. Pedro Ganchas define-se como um jogador dedicado, trabalhador e que ambiciona chegar aos principais palcos do futebol.

O defesa central de 23 anos ingressou no curso de gestão desportiva e espera concluí-lo num futuro próximo.

Quando começaste a jogar futebol tinhas o objetivo de ser profissional?
Comecei a jogar desde pequenino, no Carregado, quando tinha quatro anos. Com o passar do tempo, começamos a alimentar o sonho de que podemos vir a ser jogadores de futebol e quando fui para o Benfica, aos 10 anos, tornou-se um sonho cada vez maior. Aos 17 anos acabei por assinar contrato profissional e as coisas tornaram-se diferentes.

Fizeste a maior parte da formação no Benfica. Isso foi importante para a tua afirmação no futebol profissional?
O Benfica é um clube com uma dimensão que toda a gente conhece, onde temos experiências que dificilmente teríamos noutro contexto. Sou muito grato por ter feito lá a formação, foram anos muito importantes para mim, de aprendizagem e crescimento. É uma casa pela qual tenho muito carinho.

Como é que te descreves como jogador?
Sou um miúdo trabalhador, dedicado, que leva isto muito a sério, muito profissional e que dentro de campo procura fazer do entendimento que tem do jogo e das capacidades técnicas os atributos mais fortes. Sou um bom colega de equipa e que trabalha todos os dias para conseguir coisas cada vez melhores.

Sempre foste defesa ou, no início do teu percurso como jogador, jogaste noutras posições?
Desde pequeno que sou defesa central. Tive um período em que joguei a lateral esquerdo, por ser canhoto, mas 90% do meu trajeto foi como defesa central.

“É IMPORTANTE TERMOS A NOÇÃO QUE AS COISAS PODEM MUDAR E NÃO CORRER COMO ESPERAMOS. ACHO QUE TODOS OS ATLETAS DEVIAM CONCILIAR O FUTEBOL COM OS ESTUDOS.”

Tens algum ídolo ou jogador que tenhas como referência no futebol?
Quando era mais pequeno, tinha o Pepe e o Sergio Ramos como referências, pelo trajeto que fala por si. Num passado mais próximo, o Rúben Dias, por ter feito um percurso relativamente semelhante ao meu. Apesar de não ter coabitado com ele no Benfica, experienciei coisas dentro do centro de estágio e é um jogador de referência.

Tens apenas 23 anos. Como está a tua situação escolar? Já entraste na faculdade?
Desde pequeno sempre fui interessado pelos estudos. Concluí o 12.º ano, ingressei na faculdade, no curso de gestão desportiva, não consegui conciliar os treinos com as aulas e congelei a matrícula. Mas é algo pelo qual me interesso e gostava de voltar a estudar num futuro próximo.

Alguns jogadores perdem-se quando saem da formação dos principais clubes portugueses. Gostarias de deixar alguma mensagem aos jovens que possam passar por isso?
Sim, efetivamente há sempre essas diferenças. Eu tive sorte, porque o Paços é um clube muito organizado, que nos oferece uma diversidade de recursos e é um clube muito bom. Não senti uma diferença tão grande nessa mudança, mas compreendo que nem todos os clubes tenham essas condições e é importante nós confiarmos sempre no nosso próprio trabalho, naquilo que queremos atingir a longo prazo e trabalhar todos os dias para ultrapassar barreiras e ir ao encontro dos nossos sonhos.

Há muitos jogadores que, ao perceberem que a sua carreira desportiva está no bom caminho, deixam os estudos para trás. É importante que não o façam e que comecem a preparar desde cedo a transição para outra atividade?
Sim. Quando chegamos aos 20 anos e começamos a assinar os contratos profissionais, estipulamos que a nossa carreira vai ser de uma determinada forma. É importante termos a noção que as coisas podem mudar e não correr como esperamos. Acho que todos os atletas deviam conciliar o futebol com os estudos, porque a carreira é curta e é importante investir na formação, para termos um plano B quando o futebol acabar.

“AMBICIONO CHEGAR AOS GRANDES PATAMARES DO FUTEBOL EUROPEU. CABE-ME CONTINUAR A TRABALHAR PARA ISSO.”

Quem foram as pessoas mais importantes para ti no futebol?
É difícil escolher nomes e pessoas importantes no futebol, porque foram muitos treinadores, diretores e colegas de equipa. Mantenho contacto próximo e especial com alguns, por isso é difícil escolher.

Foste internacional português entre os sub-17 e os sub-20. Acreditas que é possível vires a representar a Seleção A?
Sim, é o sonho de toda a gente. É para isso que trabalhamos, para chegar aos grandes patamares do futebol europeu. Cabe-me continuar a trabalhar e ambicionar isso.

Qual é o maior sonho da tua carreira?
O meu objetivo passa por trabalhar dia a dia para dar saltos maiores no futebol. Obviamente que jogar na Liga dos Campeões, ser internacional A e ganhar um título estão entre os grandes sonhos que tenho no futebol.