“Tenho muita fé que chegarei ao topo”


Aos 20 anos, David Costa tem sido um dos jogadores em evidência no Torreense.

Começou por jogar futsal, o futebol surgiu quando tinha 10 anos e é no Torreense que vive o melhor momento da carreira. David Costa define-se como um jogador humilde, trabalhador e que ambiciona chegar ao topo do futebol mundial.

O jovem médio quer continuar a aprender e não descarta uma formação superior no futuro.

Antes de seres jogadores de futebol, começaste no futsal. O que te levou a mudar do futsal para o futebol?
Tinha um pai de um colega meu, que na altura ia abrir uma equipa de futebol. Ele chamou-me, eu estava no futsal e foi muito difícil sair de lá porque tinha lá os meus amigos todos, e no futebol ia conhecer pessoas novas, mas decidi abraçar aquele projeto. Confiei no pai do meu colega, que me levou para o Amavita e tenho de lhe dar uma palavra de agradecimento, porque também é graças a ele que hoje estou aqui.

Quando começaste a praticar desporto, o teu objetivo era ser jogador de futsal ou de futebol?
O meu sonho era ser jogador, de futsal ou futebol. Foi crescendo consoante muita aprendizagem, em conversas com o meu pai, que também foi jogador, e isso alimentou o sonho mais para o futebol do que para o futsal. Comecei a jogar futsal na Quinta da Luz, um clube que já não existe, com oito anos.

Depois de quatro épocas na formação do Real SC, foste para o Benfica. Foi o realizar de um sonho?
Sim, foi. Sempre gostei do Benfica, a minha família sempre gostou do clube e, quando cheguei lá, senti algumas diferenças do patamar onde estava. Aprendi muito lá e teve muito impacto no meu crescimento.

A época em que foste para o Benfica coincidiu com o início da pandemia. Sentes que a Covid-19 limitou a tua evolução como jogador naquela altura?
Acredito que sim. Mas não sou jogador de arranjar desculpas, não quero justificar a minha saída do Benfica pelo Covid, mas acredito que teve um pouco de influência na minha saída do clube.

Em 2019 passas dos juniores do Benfica para os juniores do Tondela. A que se deveu essa mudança?
Sair do Benfica foi um momento menos bom na minha curta carreira. Depois conversei com os meus agentes, o Tondela apresentou-nos uma boa proposta e decidi aceitar o desafio de estar longe da família, o que me ajudou a crescer. Se hoje sou a pessoa que sou também é graças a isso, porque no futebol e noutras profissões temos de sair da zona de conforto para sentirmos o que as outras pessoas sentem. O Tondela foi um clube onde passei algumas dificuldades, que me fizeram crescer e ver o futebol de outra maneira. Isso foi muito importante para a pessoa que sou hoje.

“Temos jogadores com mais experiência no futebol que me ajudam muito. Estou constantemente a aprender com eles e se for humilde nesse aspeto vou crescer muito mais.”

Estás no Torreense desde 2022. Quais é que são os teus objetivos neste clube?
O Torreense foi um clube que me abraçou e me ajudou a crescer. As outras equipas também tiveram um pouco de importância no meu crescimento, mas foi aqui que vivi os melhores momentos no futebol. Os objetivos são ajudar o Torreense a atingir o nível mais alto do futebol, a Primeira Liga, e enquanto estiver aqui vou dar sempre o meu melhor para ajudar todos no clube.

Como é que te descreves enquanto jogador?
Um jogador humilde, brincalhão, sorridente, que gosta de ajudar toda a gente e às vezes chateado [risos]. Gosto de ajudar os meus colegas e puxá-los para cima. Em campo somos um só, entendo o jogo, consigo perceber onde tenho o espaço, tenho muito que aprender, mas sinto que sou forte na leitura de jogo.

Sempre foste médio ou já jogaste noutras posições?
Por acaso sempre joguei no meio-campo. Com o mister Tiago, nos sub-23 no ano passado, encontrei a melhor posição para mim, que é a de extremo a atacar e de médio a defender. Essa é a melhor posição para mim.

Tens algum ídolo ou referência no futebol?
No futebol gosto muito do Isco e do Thiago Alcântara.

És um dos jogadores mais jovens do plantel. O que tens aprendido com os colegas mais experientes?
Sou um jogador que gosta de captar muito. O meu pai diz-me sempre para ouvir muito e temos jogadores com mais experiência no futebol que me ajudam muito. Estou constantemente a aprender com eles e se for humilde nesse aspeto vou crescer muito mais. Agradeço a todos os que me ajudaram a atingir este nível.

“É no futebol que esqueço a maioria dos meus problemas, é o futebol que me faz rir, aprender constantemente, acordar de manhã e vir para aqui de sorriso na cara.”

Como é que está a tua situação escolar? Concilias com o futebol ou tencionas ter uma formação superior para acautelar o futuro?
Por enquanto tenho estado focado aqui. Tenciono fazê-lo mais à frente, com mais tempo. Acredito que tudo tem a sua importância e é por isso que tenciono fazê-lo. Neste momento estamos no futebol, mas não sabemos se daqui a um ou dois dias estamos noutro sítio, por isso é muito importante ter outra área e acredito que voltarei aos estudos.

Como é que se lida com o sucesso numa idade tão jovem?
Graças à minha família, aos meus pais, tenho os pés assentes na terra. Isto é um início de uma carreira muito grande, se Deus quiser. Sei o valor do que estou a fazer, mas tenho sempre os pés assentes na terra porque isto não é nada, comparando com outros profissionais.

Onde é que te imaginas daqui a dez anos?
No Manchester City ou no Arsenal. Tenho grandes sonhos, acredito muito e tenho muita fé que chegarei lá, se não for pelo talento, será pelo trabalho.

O que ambicionas para a tua carreira enquanto jogador profissional e o que te vês a fazer quando o futebol acabar?
Gostaria muito de ser treinador porque mesmo em casa com o meu pai, discutimos muito futebol.

O que o futebol representa para ti?
É algo muito importante porque é no futebol que esqueço a maioria dos meus problemas, é o futebol que me faz rir, aprender constantemente, acordar de manhã e vir para aqui de sorriso na cara.