“Para poderes ser respeitado, tens de respeitar”

José Fonte, campeão europeu em 2016, e a função de um capitão de equipa.
Campeão europeu em 2016, José Fonte chegou tarde à ribalta do futebol, mas muito a tempo de se tornar uma referência.
Aos 41 anos, o capitão do Casa Pia é um exemplo para os que trabalham com ele, mas vê essa responsabilidade sem qualquer pressão. Quer apenas continuar a fazer o que mais gosta, enquanto sente que tem condições para o fazer ao mais alto nível.
Quando é que foste designado capitão pela primeira vez?
A primeira vez foi em Inglaterra. Foi aos 24 anos, quando cheguei ao Southampton, contratado pelo Alan Pardew. Ele elegeu-me como um dos capitães.
No caso do Casa Pia, chegaste no início desta época e foste logo incluído no grupo de capitães. Foste escolhido pelos jogadores ou pelo treinador?
Foi pelo Ricardo Batista. Quando cheguei, no primeiro dia, ele veio falar comigo. Ele, sendo o capitão, disse-me que gostava que eu assumisse esse papel. E, como é óbvio, vindo da parte de uma pessoa como o Ricardo Batista, foi algo que me tocou bastante, primeiro, e que aceitei, claro, essa responsabilidade. Sendo com ele e os outros dois capitães, o [André] Geraldes e o Lelo, o grupo dos capitães, em que todos têm responsabilidade dentro do clube. Foi algo que me deixou bastante tocado.
E, além do Casa Pia e do Southampton, foste capitão noutras equipas?
Sim, no Lille também. Quando cheguei, fui logo eleito capitão pelo treinador e pelo míster Luís Campos. Quando começas a entrar na fase final da carreira, normalmente é-te incutido esse papel. É algo que vem normalmente pela experiência que tu adquires ao longo da tua carreira, por vezes também pela tua forma de ser, e foi com naturalidade que sempre assumi esse papel e essa responsabilidade.
Que características é que um capitão deve ter?
Acima de tudo, acredito que tem de ser um exemplo. Não pode ser só dizer, tem de se fazer. Às vezes, vai mais longe tu demonstrares o que tem de ser feito, dares o exemplo. Seres honesto, duro quando tens de ser duro, entre outras características. Acho que estas são as mais importantes, mas, acima de tudo, ser uma pessoa que apela ao espírito de equipa, uma pessoa que une, uma influência positiva. É o principal para se criar um bom ambiente.
Há algum capitão que tenhas como referência na forma de liderar?
Tive vários exemplos ao longo da minha carreira, como é óbvio. Gostei bastante do John Terry, quando joguei contra ele, pela forma como ele comunicava dentro de campo. Foi algo que eu aprendi com ele, a ver como liderava e como conseguia encaixar as peças à frente dele só a falar. Como é óbvio, o Cristiano na Seleção. E tive outros também em Inglaterra, como o Kelvin Davis, o guarda-redes do Southampton, com quem eu também aprendi certas coisas. Tive sorte de poder lidar com grandes pessoas, grandes líderes.
Qual foi a decisão mais difícil que tiveste de tomar enquanto capitão de equipa? Algum desentendimento entre colegas, por exemplo, em que tiveste de intervir?
Isso são coisas que fazem parte do futebol, que se resolvem com alguma naturalidade. É algo que acontece muitas vezes quando tens 23/25 jogadores, em que todos competem para poder fazer parte do onze. É normal acontecerem desentendimentos. Não acredito que uma situação dessas tenha sido o mais difícil para mim, mas sim durante os jogos, como ter de decidir dentro do próprio jogo algo que não esteja a correr bem e conseguir ajustar, tomar uma decisão sem poder falar com o treinador ou trocar ideias. Às vezes é preciso tomar essas decisões dentro de campo. Mas eu, felizmente, nunca tive grandes problemas para resolver. Tive sempre a sorte de ter excelentes treinadores, bons companheiros de equipa, que percebem o jogo, que percebem o contexto em que estão, que é preciso unir e não desunir.
E como é que se gere o equilíbrio entre as funções de jogador e de capitão, enquanto líder do grupo? Isto porque, apesar de seres capitão, também és mais um jogador.
É fácil. Dando o exemplo e sendo alguém ultra-profissional, cabeça fria, e uma influência positiva. É preciso ter muitas influências positivas dentro do grupo e isso vai muito longe. É por aí, não foge muito disso.
No início desta época entrou em vigor a regra do capitão, que é o único jogador que pode trocar impressões com o árbitro durante o jogo. Concordas com esta medida?
Sinceramente, não percebo porque é que agora não se pode trocar ideias com os árbitros. Claro, sempre dentro do respeito que tem de haver. Não percebo porque é que só o capitão pode falar com o árbitro. Não concordo. Acho que qualquer jogador que está dentro do jogo pode trocar impressões com o árbitro, pode perguntar porquê ou qual é a razão de dar isto ou não dar. Acho que tem de haver comunicação e respeito, acima de tudo, mas tem de haver comunicação. Eu tive a sorte de estar em Inglaterra durante mais de dez anos e sempre houve essa liberdade, sempre houve esse diálogo, até incitado pelos árbitros, e funcionava de forma muito melhor do que funciona atualmente. Não sou grande apologista de ser só o capitão.
Foto: IMAGO.
“Há certos momentos em que é preciso uma palavra mais forte, uma palavra mais do coração, para que toda a gente esteja focada, motivada ao máximo e ciente da exigência do jogo.”
És com certeza um modelo para os teus colegas de equipa. Como é que lidas com a pressão de ser um modelo, principalmente para os mais jovens?
Para mim não é pressão. Não sinto, de todo, que seja uma pressão. Faz parte da minha maneira de ser. Sou uma pessoa que gosta de trabalhar, acima de tudo, que gosta de mostrar o caminho, não só de falar, como eu disse, mas de mostrar dentro de campo, no ginásio, fora do ginásio, na fisioterapia, na tua forma de seres fora do relvado. Para poderes ser respeitado, tens de respeitar. Não sinto qualquer pressão nesse sentido, apenas sou mais um para ajudar. Sou mais um com quem eles podem falar, que podem trocar ideias. E, com a minha experiência, se eu puder ajudar, perfeito.
Tens algum comportamento, digamos algum ritual, que utilizes antes dos jogos para motivar e unir as tropas?
Eu acho que, acima de tudo, o trabalho faz-se durante a semana. Não é na roda, antes do jogo, que nós vamos mudar tudo e acertar as agulhas todas. É durante a semana, é na exigência diária. É ir ao ginásio durante a semana, quando temos de ir ao ginásio. É fazer o tratamento, quando temos de fazer o tratamento. É fazer a massagem, quando temos de fazer a massagem, ou o gelo, quando temos de fazer o gelo a seguir ao treino. Todas essas pequenas coisas vão ajudar-te a chegar ao fim de semana mais forte e a conseguires obter os resultados que tu queres. É óbvio que há certos momentos em que é preciso uma palavra mais forte, uma palavra mais do coração, para que toda a gente esteja focada, motivada ao máximo e ciente da exigência do jogo. Agora, eu sou muito mais apologista de durante a semana fazermos o nosso trabalho e prepararmo-nos de forma a chegar ao fim de semana e podermos estar mais perto de ganhar.
O teu irmão também é um jogador profissional e tiveste a oportunidade de jogar com ele no Lille. Foi o cumprir de um sonho de família?
Eu já tinha jogado com o Rui, em Inglaterra, no Crystal Palace, só que ele era muito jovem, tinha 18 anos, e durante os jogos eu estava mais preocupado com a performance dele do que com a minha. E foi, sem dúvida, um mix de sentimentos. Foi muito mais difícil nessa altura, porque eu sentia bastante quando ele sofria uma falta ou falhava um passe, ou se não conseguia marcar um golo ou qualquer coisa. Eu sentia bastante e preocupava-me muito mais com o jogo dele do que com o meu próprio jogo. No Lille, já foi totalmente diferente. Na verdade, foi um ano incrível. Vivíamos juntos, o primeiro filho dele nasceu durante essa época, pudemos compartilhar esses momentos espetaculares fora do futebol, e dentro do campo conseguimos uma época histórica em França, com o segundo lugar e Champions League. Poder celebrar os meus golos juntos, poder celebrar o golo do Rui com ele, podermos estar tanto tempo juntos, viajar, estar em estágios... Foi uma risota espetacular, foi uma época espetacular. Adorei! Essa época foi, na verdade, algo que eu nunca vou esquecer.
E sempre foste defesa central ou na formação jogaste noutras posições?
Até ser iniciado, joguei a médio e avançado. Só que depois, acho que foi o míster Osvaldo Silva [no Sporting], nos infantis de segundo ano, começou a meter-me a defesa central, porque cresci bastante e ele passou-me para a defesa. E fiquei.
No início da tua carreira como profissional tiveste algumas dificuldades, porque o Felgueiras acabou extinto e o Vitória FC teve meses de salários em atraso. Foram estes episódios que contribuíram para a tua decisão de emigrar?
A decisão de emigrar foi, acima de tudo, para estar mais perto do Rui. O Rui, aos 16 anos, transferiu-se para o Arsenal. E eu sei que os primeiros tempos foram difíceis para o Rui, em Inglaterra, sozinho, numa família de acolhimento. Nunca tinha saído de casa, foi complicado. É óbvio que qualquer jogador gosta de jogar no futebol inglês, mas o facto de o Rui ter ido para Inglaterra deu-me ainda mais força para tentar, de certa forma, chegar ao futebol inglês, especialmente em Londres, para poder estar perto do Rui. Surgiu essa oportunidade do Crystal Palace, por empréstimo, e eu nem pensei duas vezes. Mesmo sendo na segunda divisão, nem pensei duas vezes. Eu tinha feito 50 e tal jogos na Primeira Liga, é óbvio que nós temos sempre a ambição de jogar o mais alto possível. Ainda surgiu uma possibilidade de ir para o Fulham, mas era à experiência. Eu e o Benfica, na altura, decidimos não fazer essa experiência, e depois, mais tarde, surgiu o Crystal Palace e eu nem pestanejei.
Antes de emigrares, com 23 anos, imaginavas ganhar o Europeu pela Seleção e chegar onde chegaste?
Não posso dizer que imaginava ganhar uma competição como o Euro nessa altura, mas o lume sempre esteve a queimar cá dentro, sempre houve essa ambição de um dia chegar à Seleção, de poder jogar nos maiores palcos. Sabia que o caminho ia ser longo, não ia ser um caminho fácil, como não foi, mas nunca desisti e sempre tive essa força interior de continuar a aprender, a melhorar, a tentar ser melhor todos os dias. E foi isso que me levou depois a conseguir esses sonhos. Nunca desistir, dar sempre o meu máximo, e, no fim, foi de facto um sonho cumprido.
Fizeste a estreia pela Seleção principal já com 31 anos, mas ainda a tempo de chegares aos 50 jogos por Portugal. És um exemplo de que nunca se deve desistir desses sonhos?
Eu sabia que cheguei tarde aos melhores palcos. Só cheguei à Premier League aos 28/29 anos, mas eu sabia que se jogasse na Premier League já estava muito mais perto de poder acontecer. Não aconteceu com o Paulo Bento, por uma razão ou outra, havia outras soluções, mas eu sabia que se continuasse a titular e capitão da minha equipa, na Premier League, tinha de estar na calha. E o mais engraçado foi ter sido o míster Fernando Santos quem acabou por me dar a oportunidade, sabendo que no Benfica, por exemplo, foi ele que me fez ser emprestado duas ou três vezes, no Sporting também foi ele, aos 19 ou 20 anos, que no fim disse que era melhor eu procurar outros caminhos, e depois foi ele que me deu a oportunidade de me estrear pela Seleção e de fazer a carreira que eu fiz na Seleção. Por isso, estou extremamente agradecido ao míster, por tudo. É óbvio que tenho um apreço muito grande por ele.
Estiveste dez anos em Inglaterra, cinco em França, e também passaste pela China. Que mais valias é que essas experiências te deram?
Incalculável. Aprender novas culturas, é importante dares-te à cultura, tentar aprender a língua. Felizmente, sou uma pessoa que tem facilidade em aprender línguas, consigo falar bem o francês, o inglês... Chinês não posso dizer [risos], é quase impossível.
Só porque foi pouco tempo...
Tentei, mas não consegui. Chinês só duas ou três palavras e já não foi mau. Mas eu sou uma pessoa do planeta. O nosso cantinho é o nosso cantinho, em Portugal, mas se tivesse de viver na China ou no Japão, na Colômbia, seja onde fosse, eu sou um homem do planeta. Adapto-me facilmente às culturas, gosto de aprender, gosto de viajar. E foram experiências maravilhosas.
Foto: IMAGO.
“É muito importante ter alguém em quem nós possamos confiar, acima de tudo, confiar, e poder ter alguma direção ou trocar ideias quando estamos em momentos menos bons.”
Foste jogar para França dois anos depois de termos sido campeões europeus lá. Como é que foste recebido? Sentias ainda algum trauma?
Não. Eu fui muito bem recebido. Foram cinco anos maravilhosos em França. Em toda a França, posso dizer, nunca tive um episódio mau. Sempre fui bem recebido, sempre fui bem tratado. Tive uma excelente experiência em França. Acho que o Eder não pode dizer a mesma coisa, no entanto. O Eder passou momentos difíceis em todos os estádios. Da minha parte, nunca tive nenhum problema. Foi tudo às mil maravilhas.
O Sindicato tem insistido na importância de os jogadores continuarem os estudos. Tens alguma formação superior?
Não. Acabei o 12.º ano, com muito esforço, com muita força da parte da minha mãe, porque eu treinava e depois ia estudar à noite. E a minha mãe sempre me obrigou, quase, a ir estudar e a acabar o 12.º. E fiquei-me pelo 12.º. Mas não fecho a porta a tirar um curso superior.
Nos países onde jogaste, alguma vez tiveste necessidade de recorrer ao Sindicato dos Jogadores?
Eu sempre tive uma relação com o Sindicato dos Jogadores, seja em Inglaterra ou em França, sempre tive uma excelente relação. Nunca tive a necessidade de recorrer em nenhuma instância. Acho eu, não me recordo. Já foram muitas épocas, temos de dar esse desconto. [risos] Mas acho que nunca tive nenhum problema desse género. Se calhar, em Portugal, posso ter recorrido ao Sindicato quando não recebi no Estrela da Amadora. No Vitória, quem resolveu foi o Benfica. O Salgueiros fechou as portas, nunca mais. O Felgueiras depois também fechou as portas, é para esquecer. [risos] Pode ter sido possível, no Estrela da Amadora, o Sindicato ter-me ajudado.
Como é que vês o papel do Sindicato no futebol?
Acho que cada vez mais os jogadores têm de se unir. É um papel muito importante na defesa dos nossos direitos. Temos de ser muito mais fortes, muito mais unidos e reivindicar os nossos direitos. Ajudar os jogadores pós-futebol, dar formação, não só na área financeira, mas, por exemplo, em cursos superiores, ou outros tipos de cursos que possam ajudar o jogador a seguir outras carreiras. [Ajudar] aqueles jogadores que, se calhar, não conseguem fazer uma carreira longa, que só conseguem jogar dois, três, quatro ou cinco anos e depois estão meio perdidos. Eu acho que, cada vez mais, há que dar meios e força ao Sindicato e nós nos unirmos muito mais em torno destas coisas.
A carreira de um jogador, naturalmente, é feita de altos e baixos. Nos momentos negativos, alguma vez recorreste a apoio psicológico para dares a volta?
Não. Nunca recorri, mas reconheço a importância do mesmo. Sempre tive a sorte de ter, para já, um pai e uma mãe muito presentes. O meu pai também foi jogador, logo tem muita experiência. A minha mãe e a minha família sempre me apoiaram bastante, sempre tive essa sorte. Mas eu também, desde pequeno, tive de aprender a lidar com contrariedades. Eu, aos 13 anos, fui dispensado do Sporting, um momento muito difícil para um miúdo de 13 anos. Mas tive a sorte de cair num clube como o Sacavenense, que me ajudou também bastante. Encontrei um grupo de jogadores e de treinadores muito, muito bom, muito forte, que me ajudou a levantar e, passados dois anos, o Sporting voltou a contratar-me. Sem dúvida que, hoje, é importante ter esse apoio psicológico. Gostava que todos os clubes tivessem alguém com quem os jogadores pudessem falar. E os treinadores também. Ou seja, uma pessoa só para os jogadores e outra só para a equipa técnica, é melhor não misturar. Sem dúvida que é muito importante ter alguém em quem nós possamos confiar, acima de tudo, confiar, e poder ter alguma direção ou trocar ideias quando estamos em momentos menos bons, que acontece, não só no futebol, como na vida.
Tem havido um aumento do número de lesões entre os jogadores, no caso dos que participam em mais competições, que se têm queixado muito do excesso de jogos. Também sentes que há jogos e competições a mais?
Ou há jogos e competições a mais ou há pouco descanso. Porque nós vemos, por exemplo, na NBA: eles jogam muitos jogos, às vezes jogam no dia a seguir ou jogam de dois em dois dias ou três em três dias. Eles têm muitos jogos e têm os play-offs, só que depois descansam três meses ou três meses e meio. Se calhar temos de repensar um pouco. Ok, vamos jogar de três em três dias, mas então temos de dar um descanso maior nas férias, durante o verão. Ou, depois das grandes competições, haver um descanso obrigatório mínimo para aqueles jogadores que fizeram mais de 50, 60 ou 70 jogos durante uma época. Senão ninguém resiste. Vai haver cada vez mais lesões e lesões graves.
O Sindicato também tem defendido que o jogador deve estar próximo da comunidade. Já participaste em alguma ação social ou solidária?
Sim, claro. Em Inglaterra, e em França também, houve várias ações solidárias de ir visitar hospitais, visitar escolas, das crianças irem assistir aos treinos, dos jogadores irem a certos locais para estar com a comunidade e também fazer o trabalho que tem de ser feito nesse sentido.
És o jogador mais experiente da Primeira Liga. Qual é o segredo para continuar a competir no topo do futebol com mais de 40 anos? Muita disciplina?
Sim, mas também alguma sorte na genética, de não ter tido muitas lesões. O cuidado, claro, a disciplina e o rigor que tem de haver na preparação para o treino, no pós-treino, no ginásio, dentro de campo, no descanso, na alimentação. Tudo junto permite que eu ainda consiga estar a jogar numa equipa da primeira divisão e poder estar a um nível ainda bom.
E já estás a preparar o pós-carreira?
Forçosamente. Já há alguns anos que temos de dar atenção ao futuro. Não dura para sempre. Estou a tentar esticar a corda ao máximo porque percebo perfeitamente que este é o melhor trabalho do mundo. Nós fazemos o que amamos e somos bem pagos por isso. É, sem dúvida, o melhor trabalho do mundo. Mas, mais cedo ou mais tarde, vai chegar o fim, e há que dar passos para, depois da carreira como futebolista, ter algo em que tu te levantes todos os dias com vontade de ir trabalhar, de fazer algo que tu gostas mesmo. Estou a explorar várias opções e, quando for preciso tomar a decisão, vamos tomar, e depois perceber exatamente aquilo que me faz levantar todos os dias.