Enésima hora...


Portugal prepara-se para receber 4.593 refugiados. Num momento em que estamos a viver uma das maiores crises humanitárias, ninguém pode ser indiferente.

A guerra, a fome e o agravamento das condições climatéricas deixam vulneráveis milhares de ser humanos, sobretudo crianças. Exige-se acção. Já. Directa ou indirectamente somos todos responsáveis e se nada fizermos para minimizar este sofrimento é a nossa identidade que está em causa.

Recordo-me bem das dificuldades dos meus pais e da necessidade de a minha irmã emigrar para um país estrangeiro e da importância de um apoio. Um gesto, uma oportunidade.

Hoje estou no SJPF, que está a promover a 11.ª edição da Semana Contra o Racismo e a Violência no Desporto, iniciativa que este ano se associa ao drama dos refugiados sob o lema "Football Welcomes Refugees". Para além do dever institucional move-me um valor maior, a minha consciência.

O pontapé de saída aconteceu este sábado no Estádio Universitário, com a assinatura de dois memorandos de entendimento, e o desporto, em particular o futebol, disse presente. Além do Sindicato, José M. Constantino, do COP, Fernando Gomes, da FPF, Pedro Proença, da LPFP, José Gomes, da APAF, José Pereira, da ANTF, João Domingos, da RTP, Paulo Garcia, da SIC, Tiago Costa, da Sport TV, Paulo Lima, da CM TV, Fernando Guerra, de "A Bola", e Nuno Farinha, do jornal Record, assinaram o Memorando de Entendimento que reúne a família do desporto e do futebol.

Pedro Calado, do Alto-Comissariado para as Migrações, Agostinho Homem, do Conselho Português para os Refugiados, e o SJPF, rubricaram um memorando mais específico, centrado na situação vivida pelos refugiados.

Seremos os primeiros a dar o exemplo. Disponibilizamos espaços para a prática desportiva, fornecemos equipamentos e encaminhamos os refugiados para os clubes e o voluntariado. Fornecemos material escolar para que possam garantir o seu futuro. Vamos às escolas educar os mais jovens e alertá-los para a importância da solidariedade e da inclusão social.

O desporto, o futebol, em particular os jogadores assumem sempre a sua responsabilidade social e solidária. No Sindicato as acções valem mais do que as palavras.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (27 de Outubro de 2015)

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