Confiança
Portugal, fustigado pelo “mau tempo” presidencial das últimas semanas, regressa à normalidade. O tempo está frio e há quem prefira os tons cinzentos, mas o primeiro-ministro, António Costa, lembra, e bem, que o sol brilha. É uma oportunidade e é para todos, devolve-nos a alegria e renova a nossa esperança no futuro.
A ideia de que os dias têm de ser frios, de pensamento único e de que há homens providenciais é inaceitável. Em Portugal, na Europa, no Mundo, existe alternativa. Sempre existiu. Na educação, na justiça, na economia, no desporto. Só não tem alternativa quem promove o empobrecimento, quem pensa pequenino, quem não acredita no futuro, no país, nos nossos filhos. Eu confio.
Dito isto, importantes são os homens e mulheres que em cada momento têm a oportunidade de fazer a diferença. No desporto, estou certo de que não será diferente. E somos tantos e tantas à espera de dar o nosso contributo.
Encerrado este ciclo de deriva para o desporto português, onde os recursos financeiros condicionam todas as soluções, de ausência de uma política dirigida aos praticantes e ao país desportivo, é tempo de mudança. Saúda-se a simpatia, mais para uns do que para outros, dos anteriores representantes do desporto, mas a hora é de confiança e igualdade de oportunidades.
É tempo de ter um desporto plural, onde há mais do que uma opinião e todas contam. É tempo de debate, valorizar, de unir. Exige-se uma política activa e concertada, uma estratégia. É tempo de diálogo social. É tempo de fomentar a diferença. É importante que o desporto valorize quem se destaca, que convoque os melhores, que apoie quem representou o país.
Existe uma oportunidade de implementar outra política, de criar património desportivo e económico para as futuras gerações. Saibamos aproveitá-la.
João Wengorovius Meneses é o novo Secretário de Estado da Juventude e do Desporto! Não o conheço e com certeza que não agradará a todos, mas a sua equidistância pode e deve ser valorizada, permitindo um diagnóstico independente, definir prioridades e estabelecer um calendário. Impõe-se dar-lhe as condições para o exercício do seu mandato e escrutinar a sua actividade. Mãos à obra!
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (1 de Dezembro de 2015)