O "maior que Portugal"... e os "pequenos"


Ainda em defesa de Tonel, há pessoas que se julgam “maiores que Portugal”.

Pessoas que se julgam acima de tudo e de todos, que acham que podem dizer o que querem, só porque são “importantes” e “maiores que Portugal”.

Julgam-se acima das instituições que representam, não as respeitam e, sem escrúpulos, usam-nas em benefício pessoal.

Julgam-se acima dos clubes de que são associados, não cumprindo os seus princípios, nem as hierarquias. Espreitam e promovem a sua oportunidade de forma calculista e desleal.

Julgam-se maiores do que os presidentes dos outros clubes, sem nunca o terem sido, apesar de os outros honrarem,  com os títulos conquistados,  o nome de Portugal.

Julgam-se maiores do que os treinadores, sem nunca terem treinado, apesar de os treinadores verem todos os dias reconhecido o seu trabalho nacional e internacionalmente.

Julgam-se maiores do que os árbitros, sem nunca terem metido um apito na boca... apenas e só porque a têm cheia de ódio e ressabiamento.

Julgam-se maiores do que os jogadores, sem nunca terem jogado e estes não lhe darem “bola”, admitindo que alguns, por obrigação, lhe dêem a camisola.

São estas pessoas “maiores que Portugal” que tornam mais difícil a vida dos “pequenos de Portugal”.

Os  “pequenos de Portugal” somos nós, o cidadão comum, o Tonel, e é desses que o país é feito. São esses que fazem o país avançar, que honram o desporto e de que o futebol tanto precisa.

Os “pequenos de Portugal” somos nós, que os elegemos, sem escrutinar quem são e o que fazem ou fizeram. Também erramos. Felizmente sabemos corrigir os nossos erros e a vida continua para os “pequenos de Portugal”. Quanto aos “maiores de Portugal” andam por aí…envergonham-nos, exploram-nos… às vezes, de tal maneira, que nos tiram do sério.

Mas afinal o que fez esta gente para ser “maior que Portugal”?

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (4 de Dezembro de 2015) 

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