Virar de página
Virada a página, é tempo de perspectivar 2016 e assumir compromissos. Desde logo importa recolocar o (a) desportista, o futebolista, no centro da política desportiva, seja na óptica do Governo, das federações, da Liga, das associações ou da comunicação social.
Mais praticantes, mais desporto. Mais futebolistas, mais futebol. Melhores praticantes, melhor desporto. Melhores futebolistas, melhor futebol.
Nós assumimos alguns compromissos, nomeadamente:
- A qualificação do jogador de futebol será a primeira prioridade para 2016. Formar o praticante integralmente, como cidadão e desportista.
- O cumprimento das obrigações, nomeadamente as salariais, face aos milhões que se anunciam, é um dever acrescido.
- A saúde mental e o bem-estar dos futebolistas, face às vicissitudes da profissão, é outro compromisso que assumimos.
- A educação financeira e a criação de um Fundo de Pensões, voluntário, que permita, por um lado, promover a poupança e, por outro, dar resposta ao final da carreira, ao desemprego, à lesão ou doença grave é outro assunto que vamos retomar.
- O futebol feminino e o futebol amador, numa lógica de solidariedade e igualdade, serão apoiados tendo em vista o seu desenvolvimento.
- Os resultados combinados, a violência e o racismo ou o tráfico de menores, entre outros, merecerão o nosso combate diário.
- A responsabilidade social para com os jogadores mais carenciados e para a comunidade em geral é nosso apanágio e continuará a sê-lo durante o próximo ano.
O ano de 2016, à semelhança de anos anteriores, será muito exigente, sendo necessários mais cooperação e diálogo institucional entre todos os agentes. A arbitragem – sempre a arbitragem –, em foco em 2015, podendo ser escrutinada, não pode ser atacada permanentemente.
Por outro lado, a boa governação, a transparência, a responsabilidade e a disciplina, a integridade e a verdade desportiva, o licenciamento e o ‘fair play’ financeiro devem substituir, tendencialmente, a gestão danosa, a irresponsabilidade e a impunidade, a corrupção, a mentira, o oportunismo, o ‘doping’ financeiro.
O caminho não será fácil mas é inevitável, mesmo que isso envolva, necessariamente, cedências de todas as partes. Pelo jogador, pelo futebol!
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (5 de Janeiro de 2016)