A festa da insignificância


Todos os anos a FIFA promove uma gala para eleger o melhor jogador, jogadora, golo e treinadores de futebol masculino e feminino do Mundo. A reboque da FIFPro, elege o Melhor Onze Masculino do ano FIFA/FIFPro World XI.

Ontem, a noite estava fria, especialmente fria, muito por culpa de Blatter e Platini! Nem a vitória de Messi, que ganhou com justiça mais uma Bola de Ouro – parabéns Pulga - desanuviou este tempo de incerteza que se vive na FIFA.

A festa do futebol foi a “festa da insignificância”. Não se respira futebol na Suíça. Contam-se espingardas, desenham-se traições e fazem-se juras de amor!

É urgente um tempo novo, que traga confiança e transparência e que valorize o jogo e os jogadores de futebol. Issa Hayatou, indicado presidente interino da FIFA depois do afastamento de Blatter, tentou, sem sucesso, dar credibilidade a uma instituição à beira de implodir.

Para a história ficam os melhores momentos das provas da FIFA realizadas em 2015, destacando-se a conquista do Mundial de futebol de praia pela Selecção Nacional. No que aos restantes premiados diz respeito, Carli Lloyd e Jill Ellis foram eleitas a melhor jogadora e treinadora, respectivamente. O desconhecido Wendell Lira venceu o prémio Puskas para o melhor golo do ano, e Luis Enrique conquistou o título de melhor treinador para a FIFA.

O capitão da nossa Selecção e astro do Real Madrid, no passado tantas vezes injustiçado e que nos últimos nove anos só falhou por uma vez os dois primeiros lugares desta votação, acabou por ser a estrela maior da constelação de estrelas que brilharam em Zurique.

Mesmo sem ganhar a Bola de Ouro, Cristiano Ronaldo irradiou mais brilho. Distribuiu autógrafos e simpatia e contagiou a audiência. Não deixou ninguém indiferente e estava feliz. Gostei de o ver feliz. Essa felicidade que é retribuída pelos adeptos é algo único e não depende da FIFA. É dado todos os dias pelos apaixonados pelo futebol, sobretudo pelas crianças. E nós sabemos o que significa o sorriso de uma criança.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (12 de Janeiro de 2016)

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