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As ameaças à integridade no desporto são cada vez maiores e requerem medidas concretas. Em causa está um princípio fundamental nas relações de cariz económico e social que se estabelecem em torno da actividade desportiva. 

Num momento de grande abalo para as estruturas do desporto, a SIGA - Sports Integrity Global Alliance (Aliança Mundial para a Integridade no Desporto) e os seus parceiros, sob a liderança de Emanuel Medeiros, deram um passo em frente, demonstrando que há pessoas e instituições que pretendem defender a integridade no desporto através de acções concretas.

Ontem decorreu a ‘Special Session’ sobre Prevenção e Combate ao Tráfico de Menores no e através do Desporto, organizada pelo ICSS Europe, Comissão Europeia e Institute McCain, que contou, entre outros, com a presença do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), da LPFP e do SEF, debruçando-se sobre um flagelo que no futebol se manifesta a cada época desportiva.

Hoje decorre a Assembleia-Geral da coligação SIGA; ICSS Europe e Latin America. Espera-se que exista um compromisso capaz de salvaguardar a integridade no desporto, através da implementação de regras de boa governação e integridade financeira, da regulamentação do mercado de apostas desportivas, como forma de combate à manipulação de resultados, e outros crimes associados à fraude desportiva.

O SJPF participa neste evento, que se reveste de especial importância para a mudança que se pretende implementar no futebol mundial, juntando-se àqueles que exigem uma mudança de paradigma. A integridade do desporto é um tema central que deve ser debatido intensamente pelas instituições desportivas. Os resultados combinados, o tráfico de menores, o branqueamento de capitais ou a falta de transparência são problemas que ainda não encontraram a devida resposta.

Termino com uma referência às eleições para a presidência da UEFA, que se realizam amanhã. O esloveno Aleksander Ceferin e o holandês Michael van Praag são os candidatos. Espera-se que o acto eleitoral decorra dentro da normalidade e que se inicie uma nova era no futebol europeu. Independentemente do vencedor, é fundamental introduzir reformas que defendam sobretudo o grande protagonista do desporto-rei: o jogador.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (13 de Setembro de 2016)

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