CR7 e Guterres


No dia em que António Guterres tomou posse como 9.º Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Cristiano Ronaldo acrescenta ao seu baú de recordações pessoal a 4.ª Bola de Ouro.

Esta feliz coincidência é elucidativa do valor dos portugueses no Mundo. É verdade, uns mais do que outros, os portugueses ao longo da história, sempre afirmaram a sua identidade. Há um legado universal português no Mundo que estas duas figuras teimam em preservar. Bem hajam!

Mas hoje quero falar, obviamente, do legado desportivo, em particular do legado de Cristiano Ronaldo para o futebol. De como alguém, individualmente, constrói uma identidade, que se confunde com a identidade do país. Hoje somos todos CR7. Este é o seu maior contributo. Acrescentar o seu sucesso e o seu exemplo a Portugal e fazer-nos maiores.

Depois de 2008, 2013 e 2014, o nosso capitão conquista pela quarta vez a Bola de Ouro. Uma marca indelével no desporto mundial. Depois de um ano de ouro, com 51 golos marcados, a conquista da Liga dos Campeões e do tão desejado título de campeão da Europa, pela Seleção Nacional, este reconhecimento é justo e merecido.

Ronaldo é, portanto, alguém de quem nos devemos orgulhar e estar gratos por tudo o que nos tem dado! Sobretudo os mais jovens que inspira. Inspira a acreditar, a trabalhar mais, a querer mais. Os dirigentes e os clubes, que veem reconhecida e valorizada a sua aposta na formação e no talento nacional. Os jogadores portugueses, que são cada vez mais a primeira opção no plano nacional e internacional.

Aos 31 anos, Cristiano Ronaldo não desarma e além da sua ambição e capacidade de superação revela versatilidade. Estou convencido que brevemente nos vai surpreender a abraçar outras causas e outros projectos ganhadores.

Hoje, Guterres e Cristiano coincidiram. Uma feliz coincidência. Primeiro porque os dois têm dimensão humanista e depois porque o desporto é fundamental para a paz mundial. Num momento de incerteza para o Mundo, que os dois saibam usar o desporto para inspirar e para ganhar a paz.

É com orgulho que, em meu nome pessoal e de todos os jogadores portugueses, manifesto o nosso obrigado aos dois e lhes deixo um abraço do tamanho do nosso futebol.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (13 de Dezembro de 2016)

Mais Opiniões.