Reabertura do mercado: prós e contras


A "janela de transferências" de janeiro reabre um período de oportunidades e incertezas para os jogadores e para a competição.

Em Portugal, diz-nos a experiência que aos problemas crónicos acrescem novos problemas para resolver. Jogadores "dispensados" pelos seus clubes, a lutar pelas garantias laborais, e jogadores "ambiciosos" por novos desafios, sem que haja um entendimento quanto à sua transferência.

Para os atletas que vão para o estrangeiro ficam os conselhos mais importantes na hora de "partir à aventura".

Independentemente da confiança que depositam nos seus intermediários, os jogadores devem acautelar as condições contratuais, procurando obter informação relevante acerca dos clubes e campeonatos onde irão jogar. Ainda recentemente a FIFPro alertou para o perigo que representa assinar por clubes da Sérvia. Os sinais de alerta estão por todo o lado: incumprimento salarial, jogadores forçados a transferir-se e mecanismos legais favoráveis aos clubes.

Quanto às obrigações fiscais, não é demais reforçar que antes de viajar para o estrangeiro os jogadores devem acautelar esta situação.

Paralelamente, continuamos a assistir a lamentáveis episódios de "bullying contratual" como acontece com os jogadores afastados do plantel, quase obrigados a renovar ou aceitar cessar o seu vínculo contratual.

Apesar dos inconvenientes, a reabertura do "mercado" é geradora de oportunidades para jogadores e clubes. Quem está sem contrato, encontra nesta altura maiores possibilidades de colocação no mercado nacional ou internacional e os clubes ganham novo fôlego para o que falta de competição.

Assim, goste-se ou não, nos quinze dias que restam até ao fecho da janela de transferências exige-se elevação no futebol português. Respeito de ambas as partes pelos compromissos assumidos e procura de soluções consensuais. Se não for possível, o recurso ao Sindicato pode e deve ser uma alternativa enquanto entidade conciliadora e preparada para responder aos problemas que a janela de transferência gera. Dirigindo-me aos jogadores, independentemente da decisão que seja tomada, aconselha-te. Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (17 de janeiro de 2017)

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