De Paris para o futuro


Esta semana associo-me às comemorações do primeiro aniversário da conquista do Campeonato da Europa pela Seleção Portuguesa de futebol. Um momento que fica para história e imortaliza esta geração de jogadores.

Já muito foi dito em torno da vitória na final de Paris. Os frutos do investimento na formação do jovem jogador português, a qualidade dos técnicos que trabalharam estes jogadores desde a formação ou o trabalho inexcedível da Federação Portuguesa de Futebol na construção de um projeto desportivo são os grandes pilares de um feito gigantesco, até para um país do futebol como é Portugal.

Sobre a vitória na final de Paris que é, em primeiro lugar, dos jogadores que nela participaram e dos que contribuíram para lá chegar, acrescento que vivemos um tempo suficientemente próximo daquele dia para refletir sobre as prioridades da política desportiva nacional. Será realmente o praticante o centro das nossas atenções?

Uma política desportiva centrada no praticante não se traduz apenas no investimento e mercantilização, próprios de um mercado cada vez mais selvagem. Traduz-se em medidas que têm na sua génese a proteção dos interesses do praticante, seja no que respeita às condições laborais e aos meios legais de proteção das suas garantias, seja ao nível da educação ou até da saúde e bem-estar dentro e fora de campo.

Infelizmente vivemos um período de guerrilha no futebol português, desconsiderando totalmente aqueles que deveriam ser os fundamentos do desporto e os seus objetivos.

Devemos olhar para a nova geração de jogadores, perceber aquilo que falhou e o que tem de ser acautelado para que, de entre uma classe respeitada e valorizada perante os seus pares, continuem a emergir aqueles que nos dão as grandes alegrias!

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (11 de julho de 2017)

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