O tempo e o espaço próprio do futebol feminino


Se dúvidas existissem sobre a aposta no futebol feminino ou a qualidade das jogadoras, os resultados obtidos pelos clubes e o resultado da nossa Seleção, traduzido na presença e primeira vitória num jogo do Campeonato da Europa, esclarecem o muito e o que de bom tem sido feito em Portugal.

Pela Federação, que empresta a sua competência e garante o crescimento sustentado da modalidade. Pelo Sindicato, que tem na Carla Couto, embaixadora para o futebol feminino, a sua maior promotora. Hoje, contudo, quero destacar aqueles dirigentes e treinadores, sobretudo os de clubes pequenos, que arriscaram apostar no futebol feminino, que estão confrontados com os constrangimentos impostos pelo crescimento da modalidade, que veem sair as suas melhoras jogadoras para os grandes.

Não é tarefa fácil, conciliar diferentes interesses. O crescimento da modalidade, a sobrevivência dos clubes formadores, as escolhas as jogadoras de progredir na carreira.

Apesar disso tem havido bom senso, impondo-se parabenizar todos: clubes, dirigentes, treinadores e jogadoras. A afirmação da modalidade só é possível existindo um compromisso entre os diversos agentes desportivos que garanta o equilíbrio competitivo e financeiro.

Para percorrer este caminho precisamos de mais praticantes, de mais clubes envolvidos, de mais apoios e de mais visibilidade. Este Campeonato da Europa está a ajudar e de que maneira. Saibamos respeitar o tempo e o espaço próprio do futebol feminino.

Testámos o vídeo-árbitro! O Sindicato e o Conselho de Arbitragem concordaram em testar esta tecnologia em jogo de treino com o Vilafranquense. Foi a primeira vez que uma equipa de jogadores sem contrato lidou com a nova tecnologia. No Sindicato estamos habituados a fazer a diferença, pelo jogador, pelo futebol!

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (25 de julho de 2017)

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