O inimigo comum


O projeto Anti Match-Fixing, "Deixa-te de Joguinhos", entrou na fase de sensibilização dos agentes desportivos, através de sessões informativas que serão levadas a cabo em todos os clubes das competições profissionais. Desportivo de Chaves e Moreirense deram o pontapé de saída.

O Sindicato, a Federação e a Liga estão unidos em torno deste projeto e reconhecem a responsabilidade comum que o tema da integridade no futebol acarreta.

Apesar da dimensão do problema, estou convicto de que em Portugal cumpriremos o dever de sensibilizar jogadores, treinadores, dirigentes e demais agentes que contactam com o fenómeno para a importância do combate a este inimigo comum.

Neste sentido, importa recordar que a manipulação de resultados não é exclusiva de divisões inferiores, nem envolve apenas os agentes desportivos em dificuldades financeiras. Qualquer competição objeto de aposta desportiva, independentemente do contexto, é um potencial alvo daquelas práticas criminosas.

O novo enquadramento penal e disciplinar para a corrupção desportiva, em geral, e para a manipulação de resultados, em especial, é um importante elemento dissuasor. Queremos que jogadores e árbitros, enquanto elementos chave no contexto desta forma de criminalidade, saibam reconhecer os comportamentos ilícitos e tenham consciência das sanções aplicáveis.

Além disso, ficarão a conhecer a plataforma de denúncia criada no âmbito deste projeto. Não haverá desculpas para o desconhecimento da lei ou da regulamentação aplicáveis e todos poderão, em segurança, denunciar.

O futebol não é manipulação, é paixão, dedicação e talento. Quero, por isso, enviar os meus parabéns ao Cristiano Ronaldo pela revalidação do título de melhor jogador a atuar na Europa. Em Portugal e pelo mundo fora, não poderíamos ter melhor exemplo.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (29 de agosto de 2017)

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