O clube mais antigo do mundo


Na passada sexta-feira, finalmente, aceitei o convite do meu amigo Fernando Lúcio para ir jogar ao local do Fernandinho, em Torres Vedras. Em boa hora aceitei, pois, além do jogo de futebol, valeu a amizade, a camaradagem e o repasto.

O "clube mais antigo do mundo" é um clube sui generis. Defende os protagonistas, não existem salários em atraso e o lucro da "caixinha" é aplicado num jantar de final de ano que junta jogadores e família. Jogam à terça e à sexta e, enquanto o jogo decorre, já o cozinheiro Benjamim prepara o jantar, aliás, condição indispensável para haver jogo. Desta vez, uma sopa de peixe, fabulosa, pão de mafra e tarte de feijão. Inesquecível.

Numa altura em que o futebol é notícia pelas piores razões e impera um clima negativo e de enorme suspeição, poder beneficiar dos valores que estão na sua essência é algo excecional. O que tem isto a ver com o futebol profissional? Tudo, pois é desta paixão, pura, desinteressada, local, que nasce o gosto pelo desporto e a "clubite".

Mas a diferença continua a estar nos protagonistas e nas relações que se criam. Assim sendo, não posso deixar de mencionar os que fazem deste "clube mais antigo do mundo" e me deram o privilégio de jogar com eles. A começar pelo Presidente, Sérgio Galvão, e o capitão Fernando, e de forma aleatória os craques Pica, Edgar, Alvarinho, Tareco, Edu, Laracha, Curto, Bernardo e Ricardo Alves, Miró, Humberto Chibanga, Rui Nunes, Ivan e António.

Marcaram-se muitos golos e, apesar da lesão, espero estar na próxima convocatória. Nem que seja só para a terceira parte! No final do dia, basta pouco para sermos felizes.

Por falar em felicidade, com o Projeto Golo, o Sindicato e o Record querem proporcionar alguma às vítimas dos incêndios que devastaram Portugal em 2017.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (28 de novembro de 2017)

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