As decisões que contam
Esta semana, a FIFPro reúne em Assembleia-Geral no Egipto. Apesar do clima de insegurança que aqui se vive, queremos dar um sinal de coragem. Vamos discutir as políticas para a defesa da classe.
Destaco as votações para os comités que operacionalizam a ação da FIFPro e, pela primeira vez, a votação para a inclusão de duas mulheres no Board mundial. Honrando o princípio da igualdade de género, a FIFPro decidiu tomar esta medida que abre lugares nos órgãos executivos a candidatas de diversos países, muitas delas ex-jogadoras.
O acordo recentemente firmado entre a FIFPro e a FIFA e as medidas que dele resultam, assim como as diferentes etapas da sua implementação, serão igualmente analisados. Haverá, ainda, espaço para debatermos os últimos desenvolvimentos do diálogo social a nível europeu.
A Assembleia-Geral é o momento democrático por excelência e o Sindicato português, que recentemente integrou a direção da Divisão Europa, orgulha-se de fazer parte da organização que representa os jogadores de futebol há mais de meio século.
A participação nas tomadas de posição da FIFPro reforça a minha convicção de que as decisões que verdadeiramente contam e produzem mudanças no futebol são tomadas em diálogo, nos órgãos próprios e por quem representa os seus agentes, ou seja, quem tem a capacidade e autoridade de firmar compromissos num ambiente plural.
Em Portugal, o ambiente que se vive leva a que os órgãos de governo com capacidade para promover mudanças não consigam obter compromissos, dando passos demasiado "curtos", com inerentes prejuízos para a imagem do futebol português.
A indisciplina, a violência, a perda de competitividade, a sustentabilidade financeira, entre outros problemas estruturantes, devem obrigar-nos a ir mais além.
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (5 de dezembro de 2017)