Os velhos hábitos


A semana que passou foi particularmente ativa no que respeita ao Sindicato. Começámos na Madeira, onde nos reunimos com o plantel do União. Afetados pelo incumprimento salarial, aos jogadores esclarecemos quais os seus direitos e ficaram informados dos mecanismos de apoio, designadamente o Fundo de Garantia Salarial. Aos jogadores que rescindiram, o clube, entretanto, pagou. Ainda bem, pena que só o tenha feito nestas circunstâncias.

No plano político, depois do Bloco de Esquerda e PSD, prosseguiram as audições com os grupos parlamentares dos Verdes, PCP e PS relativamente ao Fundo de Pensões. Reforçámos a importância da criação deste instrumento de poupança e proteção dos jogadores em final de carreira, doença, lesão incapacitante ou desemprego de longa duração. A receção não podia ser mais positiva.

Seguiu-se a segunda reunião com o SC Freamunde. O Sindicato entregou aos jogadores o valor atribuído pelo Fundo de Garantia Salarial, exigiu respeito e dignidade por parte da direção do clube e apoiou os jogadores na decisão de realizar o jogo do último fim-de-semana. Ainda, num gesto de solidariedade, entregámos um cheque de 750 euros, à D. Aurora, que há 46 anos, igualmente, sem receber o seu salário, se dedica ao SC Freamunde e aos seus jogadores.

Finalmente, participámos na conferência ‘Match Fixing - Manipulação de resultados desportivos’, organizada pelo Panathlon Clube de Lisboa. Na presença de especialistas na matéria, o Sindicato assumiu o seu papel, apelou a uma cidadania desportiva ativa e deu a conhecer os objetivos do projeto ‘Deixa-te de Joguinhos’. Clubes em ‘asfixia’ financeira e jogadores com salários em atraso são um alvo fácil. Temos urgentemente de erradicar os velhos hábitos.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (19 de dezembro de 2017)

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