Reconciliação


Chegados ao Natal gostaria, em primeiro lugar, de desejar uma quadra feliz a todos os agentes desportivos, dirigentes, trabalhadores dos clubes, treinadores, árbitros e, em especial, os jogadores. Voto extensivo a toda a redação e leitores de Record.

Numa época que simboliza a família, a partilha, a harmonia e a paz, quero destacar um exemplo do que o desporto pode e deve ser, tocante pela simplicidade. Os épicos rivais na NBA da década de 80, 'Magic' Johnson e Isiah Thomas, símbolos maiores dos Los Angeles Lakers e Detroit Pistons, aproveitaram a quadra para demostrar que a reconciliação é sempre possível. 26 anos depois souberam reconhecer que há valores maiores na base do desporto e na vida, entre os quais a amizade e o respeito.

Transpondo para a realidade do futebol português, 2017 tem sido um ano demasiado duro, azedo na troca de palavras e nas acusações, desprestigiante para quem acompanha a modalidade, com demasiadas ações negativas, que só podem envergonhar cada um dos agentes desportivos.

Os meus desejos para o futuro do futebol português, a começar pelo ano de 2018, são que o respeito impere e não tenhamos de esperar por um momento "Magic and Isiah" daqui a 30 anos para ter harmonia e reconciliação. Ao desporto o que é do desporto, nos seus valores fundamentais, à justiça o que é da justiça, para que caia o sentimento de impunidade e seja reforçada a credibilidade no sistema, à esfera pessoal o que deve ficar na esfera pessoal. Cada agente desportivo é filho do seu tempo, incumbido de uma função que não dura para sempre.

Honremos o nosso país, o futebol e o desporto, quem dele faz profissão e os seus adeptos, com seriedade e na procura de compromissos. Um abraço à família do futebol e que sejamos inspirados pelo Natal.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (26 de dezembro de 2017)

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