Jogador português, que futuro?


O nosso Carlos Manuel fez 60 anos. A "locomotiva do Barreiro" reuniu os amigos do futebol e de toda a vida para celebrar esta data. O Carlos é dos nossos. Para além das emoções daquele golo à Alemanha, recordo "Saltillo" e o seu impacto na classe e no futebol profissional. O Carlão é, sobretudo, um homem agregador, honesto e alegre. Obrigado!

Paralelamente, o Sindicato dos Jogadores apresentou os resultados do estudo sobre a utilização de jogadores portugueses nas competições profissionais. Expresso, desde já, o meu agradecimento aos oradores José Couceiro, Armando Evangelista e Joaquim Milheiro pela riqueza do debate. Comungámos na necessidade de uma aposta, efetiva, na formação nos jovens jogadores em Portugal e da necessidade de espaços de debate.

Além disso, discutimos se a lógica meramente desportiva (resultados) ou economicista (lucros) da gestão desportiva potencia a aposta nos jovens ou, em sentido inverso, constitui uma ameaça ao seu desenvolvimento, abordámos o modelo de certificação das entidades formadoras, promovido pela FPF, enquanto instrumento de valorização do jogador, na sua dimensão integral, e debatemos o papel das equipas "B" na progressão do jogador e os espaços competitivos mais adequados ao desenvolvimento dos jovens atletas, em articulação com a vida escolar e familiar.

Abordámos, ainda, o modelo de compensação pela formação e o mecanismo de solidariedade, procurando saber se têm repercussões na aposta em jovens jogadores e traduzem o ressarcimento do investimento feito pelos clubes, bem como os motivos que levam ao recrutamento, contratação e utilização de jovens jogadores nas competições portuguesas.

Tudo visto e ponderado, será que investimos realmente na formação dos nossos jogadores?

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (23 de janeiro de 2018)

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