Uma nova Liga Jovem?


O Sindicato lançou recentemente o estudo de utilização de jogadores nas competições profissionais, revelando, com preocupação, a diminuição da aposta em jovens jogadores, nomeadamente portugueses, no quadro competitivo existente.

Neste contexto, e apesar dos benefícios trazidos pela aposta nas equipas B, faz sentido analisar a proposta de uma nova competição, na ótica do jovem praticante? Obviamente que sim.

Na perspetiva de garantir que este participa, efetivamente, num espaço competitivo adequado, em especial na transição de júnior para sénior, tendo uma evolução gradativa do nível de exigência, o que necessariamente contenderá com a inclusão de jogadores com diferentes níveis de maturação nos plantéis desta nova competição.

Paralelamente, a criação de um novo espaço competitivo não deve amputar a possibilidade de valorização do jovem jogador através da presença nas equipas principais, devendo manter-se uma lógica de antecâmara que não faça de uma eventual Liga Jovem um projeto segregado do objetivo de assegurar a progressão dos jovens jogadores.

Em suma, considero que a ideia tem aspetos positivos, em especial no momento atual, em que é manifesto o desinvestimento na aposta nos jovens jogadores, mas reconheço que comporta desafios, quando comparada com o modelo vigente e espaços competitivos concedidos aos jovens, nomeadamente através das equipas B.

A aprovação da proposta dependerá, necessariamente, da definição do novo quadro competitivo e do apoio e envolvimento dos clubes. Se assim for, e amplo consenso, a nova competição poderá fazer sentido.

Aproveito para desejar os parabéns ao Cristiano Ronaldo. Aos 33 anos é o símbolo maior do talento português e não poderia ser melhor exemplo do que podemos alcançar se incrementarmos a aposta na formação!

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (6 de fevereiro de 2018)

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