O mérito e o descrédito


No balanço da gala Quinas de Ouro congratulo todos os premiados, em especial os jogadores e jogadoras eleitos pelos colegas de profissão para o melhor onze da Liga NOS, Ledman LigaPro e Liga Feminina. Continuem a trabalhar e a presentear-nos com aquilo que o futebol tem de melhor, o vosso jogo.  Perante o clima negativo que afeta o futebol, unir e mobilizar a sua família num ambiente positivo merece registo.

Não posso, contudo, deixar de lamentar o momento que o futebol profissional atravessa. Ao mesmo tempo que decorriam as votações e se preparava esta cerimónia, a imprensa divulgava casos de jogadores sobre os quais foi criada uma imagem de falta de profissionalismo e dedicação.

Infelizmente, a tendência não é para melhorias no tratamento dado aos jogadores. Enquanto presidente do Sindicato, não posso deixar de condenar a falta de respeito pelos protagonistas, a inexistência de diálogo e a forma como o que devia ser discutido entre trabalhador e empregador, no foro interno do clube, dentro da relação de confiança que era suposto existir, é trazido para o domínio público e influencia o comportamento dos adeptos, como se fosse mais importante criar discórdia do que resolver os problemas que possam existir.

O Sindicato tem recebido dos jogadores de diferentes clubes e escalões competitivos mensagens de solidariedade para com os colegas de profissão.

A classe está consciente de que, neste ambiente, todos estão sujeitos a enfrentar episódios comprometedores do seu bom nome e profissionalismo, ver os seus direitos laborais essenciais desrespeitados, independentemente da sua condição ou estatuto na equipa.

Os jogadores exigem respeito, reiteram a sua condenação para com os abusos infligidos a colegas de profissão e desejam que este final de época seja notícia por outros motivos.


Artigo de opinião publicado em: jornal Record (20 de março de 2018)

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