O 1.º de Maio na ótica do jogador


Esta semana assinalo o Dia do Trabalhador, homenageando todos os que se batem pela defesa da respetiva classe e pugnam por direitos, liberdades e garantias no âmbito de uma relação, material e juridicamente, caracterizada pela submissão de uma pessoa ao poder de direção de outrem.

As relações laborais são cada vez mais complexas, numa era dominada pelas redes sociais, múltiplas plataformas de comunicação, novas tecnologias e descentralização da atividade produtiva.

As questões centrais para quem se bate pela defesa dos direitos dos trabalhadores continuam, porém, inevitavelmente associadas à proteção de direitos humanos: igualdade de tratamento entre homens e mulheres, combate ao trabalho forçado e infantil, garantia de condições de saúde e segurança no emprego, salário para uma sobrevivência condigna, entre outros.

No setor desportivo e focando-me, concretamente, em Portugal, podemos afirmar que os direitos consagrados na chamada constituição laboral, assim como a legislação aplicável à relação laboral desportiva, consagram um quadro respeitador da dignidade do trabalhador, praticante desportivo, com as necessárias adaptações às especificidades desta atividade, cada vez mais económica. Os problemas com que nos debatemos no terreno resultam, infelizmente, da distância que pode gerar-se entre a consagração de direitos e a sua efetivação.

O Sindicato dos Jogadores assume-se na conjuntura atual como uma organização que privilegia o diálogo e a cooperação, reconhecendo a importância da união num setor individualista e consciente dos direitos adquiridos ao longo de décadas, mas também dos que faltam alcançar.

Entre muitos projetos que se enquadram nestas (novas) reivindicações, destaco o Fundo de Pensões, pelo que representa durante e após a carreira desportiva.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (1 de maio de 2018)

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