O capitão chegou
Com a chegada do Cristiano Ronaldo à Seleção, o grupo dos 23 guerreiros que irão representar Portugal no Mundial fica completo. A presença do Cristiano é importante, não só por ser o melhor do mundo e o nosso capitão de equipa, mas pela energia e espírito positivo que contagiará os demais colegas.
O futebol português não vive tempos auspiciosos. Esta tem sido uma das épocas mais conturbadas dos últimos anos. Além da situação no Sporting, as investigações criminais relacionadas com atos de corrupção, as suspeições sobre a conduta de jogadores e o dano causado à sua imagem, assim como os atos de violência a que temos assistido reiteradamente, em diferentes contextos, só podem levar-nos a lamentar o estado da arte.
Ainda sobre o tema da violência no desporto, não restam dúvidas do enormíssimo problema que o Estado e as organizações desportivas têm em mãos, para o presente e futuro. Que desporto teremos em Portugal se não conseguirmos dissuadir as condutas violentas que têm emergido, a permanente guerrilha e a apologia do ódio?
Sem esquecer o muito que é preciso fazer para proteger este setor de atividade e evitar o descrédito de quem o acompanha e financia, o momento da época exige união e apoio à Seleção Nacional.
Em França, aprendemos que fado português é sofrer até ao fim, mas temos o engenho para chegar muito longe e superar qualquer desafio. Acima de tudo, desejo que a participação neste Campeonato do Mundo traga para Portugal o alento de que o país desportivo precisa.
Finalmente, parabéns ao Miguel Oliveira pela brilhante e emotiva corrida que, certamente, provocou em todos nós o orgulho de ser português. Nem tudo é futebol, nem tudo é fado, seja qual for o desporto ou competição em que estejamos envolvidos, é um orgulho vencer Portugal.
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (5 de junho de 2018)