Tratamento (des)igual!


Falta pouco para o arranque da temporada 2018/2019 e os clubes participantes nas competições profissionais vão fechando a composição dos respetivos plantéis.

Infelizmente, a arrumação da casa para alguns dos competidores não significa o cumprimento escrupuloso das obrigações para com os jogadores. Basta!

Todos os anos chamo a atenção para a gravidade do problema, para o que representa para a imagem do futebol português e para o que pode e deve ser feito a este respeito. Apesar do caminho percorrido e das promessas de saneamento financeiro, há clubes que não pagaram as suas obrigações salariais.

No futebol português tudo isto é possível e acontece, geralmente, com os atletas em final de contrato, impotentes perante a atitude irresponsável dos nossos dirigentes, que continuam a contratar novos praticantes como se nada fosse, recorrem ao PER para perpetuar no tempo a sua irresponsabilidade e conseguem subsistir sem limites nesta forma de gestão, temporada após temporada.

Quando achava que este filme se tornaria com o tempo e o rigor dos pressupostos financeiros uma memória desagradável, eis que em 2018 vejo acontecer no nosso principal escalão, o que enquanto presidente do Sindicato não posso aceitar.

Qual o papel do Revisor Oficial de Contas e da Comissão de Auditoria da Liga? Exigimos a punição dos infratores, uma Comissão com poderes reforçados e que a revisão da portaria que lhe dá cobertura legal garanta mão bem mais pesada para o incumprimento salarial, que o acesso à competição e o regime de inscrições e transferências sejam justos e traduzam um sancionamento efetivo dos clubes que não cumprem estas obrigações e que a nova geração de dirigentes aprenda, com dignidade, a arrumar a casa!

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (24 de julho de 2018)

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