O dérbi e a internacionalização


Este fim-de-semana assisti ao primeiro dérbi da temporada num ambiente muito diferente dos que se viveram nas épocas anteriores.

A rivalidade entre Sporting e Benfica, assim como tantas outras que marcam o nosso campeonato, de norte a sul, são o veículo para dar a conhecer ao mundo o futebol português, independentemente das divergências que existem fora de campo.

Parabéns às equipas pela intensidade, pelo jogo limpo, e uma nota para o discurso dos treinadores antes e após o jogo. Houve, ao fim de muito tempo, respeito mútuo.

Quero aproveitar esta análise ao dérbi e a rivalidade histórica entre Sporting e Benfica para tocar noutro assunto forte da última semana: a internacionalização das ligas e a disputa de jogos de competições internas noutros pontos do globo.

O Sindicato espanhol (AFE) reuniu os capitães das equipas que participam na La Liga para dizer o que não deveria ser preciso dizer: uma decisão tão importante como a de levar jogos para outros países, afetando clubes, jogadores e adeptos, não deveria ser tomada e anunciada unilateralmente.

Os jogadores querem, cada vez mais, fazer parte das soluções e não dos problemas, sobretudo em temas que afetam a organização da sua vida profissional e pessoal, e em especial a sua saúde física e mental.

Imagine-se o que seria se amanhã, invés de excecionalmente, fosse exigida a compatibilização dos calendários nacionais com a disponibilidade regular para viagens para diferentes pontos do globo? Poderíamos continuar a falar de futebol espanhol, ou português? Admito que o mundo mudou, tenho maiores dúvidas que as noções de diálogo e lealdade tenham mudado.

Esta semana termino com os Parabéns ao Fernando Pimenta e à canoagem portuguesa, que há muito tem em Montemor-o-Velho um baluarte para o desenvolvimento. Quando damos condições aos nossos atletas, tudo é possível!

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (28 de agosto de 2018)

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