Depois das eleições
Não posso, naturalmente, hoje, como presidente do Sindicato dos Jogadores deixar de saudar a eleição do Dr. Frederico Varandas como presidente do Sporting Clube de Portugal, desejar-lhe as maiores felicidades e deixar publicamente dito que espero que ele saiba dignificar o cargo tão importante que agora ocupa, sem nunca se esquecer de tudo quanto viveu e observou ao lado dos jogadores e sem se deixar influenciar por aqueles que, apregoando a paz, parecem querer apagar e fazer esquecer o passado recente do Sporting, bem como alguns dos jogadores que marcaram a sua história recente e o serviram com tanta dedicação.
O futebol português vive, atualmente, numa dicotomia, entre aquilo que são os sucessos alcançados pelas seleções nacionais, prova da qualidade dos nossos jogadores, e as oportunidades, efetivas, de afirmação nos clubes nacionais. As equipas B, ou os recém-criados sub-23 não devem ser os únicos espaços de promoção do talento que formamos internamente.
Destaco a aposta que a equipa do Wolverhampton tem feito em jogadores portugueses, que não é visível em muitos clubes que disputam a Liga NOS, e que tão boa nota tem dado nesta "Premier League" inglesa, com particular destaque para o Rui Patrício que tão auspiciosa estreia teve, a deixar bem patente as inegáveis qualidades profissionais e humanas.
Em jeito de síntese, dirijo ao novo presidente do Sporting um voto de confiança no seu trabalho e conhecimento da realidade do clube, para o restabelecimento de uma relação de confiança com os jogadores, após um período de enormes dificuldades, e contribuindo para a resolução dos graves problemas criados nos últimos meses.
Uma última nota para felicitar a Seleção Nacional, desde os jogadores que se estrearam com a camisola das Quinas à vitória no arranque da Liga das Nações. Foi uma jornada de sucesso.
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (12 de setembro de 2018)