E depois da Taça?


Encerrada a semana da final four da Taça da Liga, começo por dar os parabéns ao Sporting pela conquista deste título, num ambiente difícil e perante um desgaste competitivo enorme que foi superado, sem sombra de dúvida, pela enorme dedicação dos jogadores.

A propósito das iniciativas desta semana, destaco dois momentos de reflexão com intervenção do Sindicato. O primeiro na reunião de diálogo social, o segundo na reunião com capitães de equipa. No âmbito do diálogo social, não obstante a aproximação de Sindicato, Liga, ANTF e APAF em temas que dizem respeito à defesa do futebol e proteção dos agentes desportivos nele envolvidos, continuo a defender a necessidade de uma reflexão mais profunda e séria sobre os problemas estruturais.

Foi, aliás, elucidativo, o debate realizado com os capitães de equipa e as preocupações por estes manifestadas. A competição vive hoje de um tendencial desequilíbrio entre equipas com estabilidade financeira e equipas que se debatem com graves problemas, que afetam não só o cumprimento pontual das obrigações salariais como a estabilidade dos vínculos laborais e, em última instância, o comportamento das equipas no que respeita à gestão dos resultados e tempo útil de jogo.

De forma categórica, percebemos que por muito que haja vontade de competir, as implicações da derrota obrigam muitas equipas à abordagem conservadora e à luta pela sobrevivência traduzida na conquista de pontos.

Falou-se, ainda, da importância que a proteção do bom nome, honra e reputação dos jogadores tem para a própria competição e da necessidade de encontrar medidas, pedagógicas nuns casos, regulamentares noutros que possam dissuadir a utilização do discurso bélico e especulativo. Foi uma semana intensa, infelizmente a exceção no conjunto das 52 semanas do ano.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (29 de janeiro de 2019)

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