O tempo e o modo
Vivemos um período conturbado, de especulação quase diária e ‘guerrilhas’ entre clubes, onde sob o anonimato se procuram atingir objetivos extrajogo.
De forma leviana, não fundamentada, colocam-se em causa pessoas, profissionais, clubes, os fundamentos do próprio desporto.
Distinguir o essencial do acessório não é tarefa fácil, tomar posição pública muito menos, agradar a todos impossível, especialmente pela atenção mediática que determinados assuntos passaram a ter.
É recorrente questionarem a posição do Sindicato, no seu sentido, ou o silêncio sobre determinado acontecimento, notícia ou reportagem. Nos dias que correm, acudir a todas as frentes seria, reitero, impraticável e tomar posição apenas porque se quer adicionar mais ruído, está longe dos nossos intuitos.
Quero deixar claro que o tempo e o modo de atuar é definido pelo Sindicato. Construímos uma identidade própria, somos reconhecidos pela frontalidade, por vezes incómoda e por sabermos o que queremos para a defesa dos jogadores, e para o desenvolvimento do futebol português, numa perspetiva mais ampla.
Não contem com o Sindicato para criar narrativas, e perante o silêncio saibam perceber que a nossa intervenção é articulada com e em defesa do jogador, no tempo e modo oportuno.
Termino com uma nota de profundo pesar pela morte de Frederico Rosa. Fez parte dos órgãos sociais do Sindicato em três mandatos e foi um jogador de excelência, mas acima de tudo é lembrado como um fantástico ser humano.
Custa ver o Frederico partir, aos 61 anos, depois de uma batalha contra a doença. Fica o reconforto de ouvir as palavras de quem com ele partilhou histórias de balneário e outras fora dos relvados.
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (19 de fevereiro de 2019)