Do Algarve ao Dragão


A semana que passou ficou marcada por uma estreia de sonho da Seleção A feminina na Algarve Cup. As nossas jogadoras estão de parabéns por superaram uma seleção sueca bem mais rotinada em grandes competições, de forma categórica.

Esta vitória dá-nos uma boa perspetiva do talento a emergir na nossa Seleção e, ainda, do trabalho que tem sido desenvolvido pela FPF e pelos clubes que apostam no futebol feminino.

O futuro ser-nos-á risonho, como o Sindicato sempre defendeu, se soubermos aproveitar este talento e saber utilizar o mote que as vitórias da Seleção nos trazem para promover o futebol feminino e alargar a base de praticantes. De uma forma sustentável, para haver crescimento é fundamental que diminuam as discrepâncias numa liga mais equilibrada e competitiva.

O Sindicato orgulha-se de, por diferentes meios, continuar a bater-se pela igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, no caso jogadoras, pela melhoria de condições e projeção de uma modalidade que, do ponto de vista desportivo e económico, tem um potencial enorme.

A norte jogou-se este fim-de-semana o clássico que culminou com a vitória do Benfica. Grande jogo de futebol e discussão acesa pelo título no que resta de campeonato. A reflexão que hoje é feita sobre a perda de competitividade na Primeira Liga, e da dificuldade crónica em acompanhar a capacidade financeira das equipas do topo da tabela, especialmente pelas receitas que advêm das provas europeias, não pode servir de desculpa quando temos a grande arma da formação e o talento dos nossos jovens.

E por falar de jovens, um enorme exemplo da nossa maior riqueza aconteceu há trinta anos em Riade. Parece que foi ontem, um marco histórico para a geração que viria a ser considerada de ouro, sem sequer sonhar com o que estaria por vir. Obrigado pela porta que abriram naquele Mundial.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (5 de março de 2019) 

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