O perigo da concussão cerebral


Esta semana destaco um tema relacionado com a saúde dos atletas, as concussões cerebrais. Todos nos lembramos do caso gravíssimo de Petr Cech, mas existem muitas lesões desta natureza, a acontecer semana após semana, que acabam por não merecer a devida identificação e resposta adequada dentro de campo.

Veja-se, por exemplo, o que sucedeu com Anthony Lopes, na partida com o Barcelona, e como a sua permanência em campo após sofrer uma lesão desta natureza voltou a suscitar discussão sobre a atenção que o staff médico deve ter durante o jogo, bem como a capacidade de resposta imediata, retirando o atleta do terreno de jogo, que deve estar assegurada, mesmo que este entenda ter condições para continuar.

A FIFPro definiu esta temática como prioritária, no plano da saúde e bem-estar dos jogadores. As concussões representam um risco sério para a saúde presente e futura e podem ocorrer por inúmeras formas que não, exclusivamente, o choque ou contacto com a cabeça. Também não é necessariamente a perda de consciência que determina a ocorrência da lesão.

Não deixa de ser relevante, nos dados já divulgados pela FIFPro, a estimativa de que os efeitos de uma concussão demorem, em média, dez dias a desaparecer. Num calendário competitivo apertado, este tipo de conhecimento é fundamental. Embora menos comuns que lesões musculares ou em articulações, as concussões representam um risco sério para a saúde do jogador.

É preciso conhecer o problema, instruir staff técnico e médico, bem como os profissionais de futebol para que saibam identificar os sinais de uma concussão, e depois de reportada ou identificada a lesão é determinante a imediata remoção do jogador do terreno de jogo (recognize, report and remove).

Por fim, pessoalmente e em representação do Sindicato, apresento as mais sinceras condolências à família e amigos do Fábio Mendes, jogador de futsal falecido no último fim-de-semana.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (19 de março de 2019)

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