Cautela negocial


Está aí o início dos trabalhos de preparação para a nova temporada, uma altura frenética em que as palavras de ordem para muitos jogadores são negociação e mobilidade. Sendo uma época em que, por natureza, os atletas preparam o seu futuro pessoal e profissional, não posso deixar de reforçar alguns dos alertas que o Sindicato habitualmente realiza neste período.

Quanto à representação, não diabolizamos os agentes, mas sabemos dos muitos problemas que existem associados à falta de um acompanhamento adequado. Antes de se vincularem, os jogadores devem confirmar quem está devidamente registado e legitimado a atuar em território nacional.

Devem compreender as obrigações recíprocas que resultam do contrato de representação e exigir exemplar do mesmo para que possam, a todo o tempo, saber os direitos e deveres que dele resultam.

Na negociação, nacional ou internacional, é fundamental conhecer o contexto por detrás da proposta. Em especial, para os jogadores que viajam para o estrangeiro, reiteramos os alertas sobre a importância de pedir cópia de todos os documentos em análise, numa língua que possam compreender, ficar com exemplar do contrato de trabalho e demais acordos associados, assegurar as condições de legalização em território estrangeiro e verificar se existem alertas sobre casos reportados naquele clube, ou país, relacionados com incumprimento salarial ou violação de garantias laborais.

Na escolha do tribunal competente, e perante dúvidas sobre o sistema interno, assegurar a jurisdição da FIFA e a aplicação das normas internacionais.   

Por fim, quero deixar uma nota sobre o Mundial feminino. A vitória do Estados Unidos, num claro reforço do poderio daquele país, não apaga os sinais visíveis de aumento da qualidade do jogo, de interesse do público, um exemplo de que este é um setor com exponencial margem de desenvolvimento.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (9 de julho de 2019)

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