Força ‘Bibota’


O Fernando Gomes é, mais do que uma figura histórica do FC Porto, um embaixador da profissão de futebolista, protagonista de uma carreira desportiva exemplar, ao serviço de clube e Seleção Nacional e referência para as gerações que vieram depois dele.

Homem do golo que enfrenta agora uma duríssima batalha contra a doença. Nestas curtas linhas onde podia dizer muito mais sobre o caráter do Fernando, deixo o forte desejo, em nome da classe, para que tenha uma rapidíssima recuperação e que volte ao convívio da família do futebol rapidamente.

Na semana passada soubemos da situação clínica do Fernando, antes foi Jordão a deixar-nos preocupados, figuras que ocupam o nosso imaginário, pelo que foram dentro de campo e pela classe e elevação com que nos continuam a presentear fora dos relvados, referências do desporto.

Mas há muitos outros com carreiras mais modestas que enfrentam com o passar dos anos imensas dificuldades. Este tema exige uma leitura política e social. Sem me alongar, tenho de admitir que nem o futebol português tem sabido reconhecer aqueles que foram os seus principais ativos, da base ao topo da pirâmide, nem o sistema de Segurança Social tem sabido enquadrar devidamente os problemas na doença e na reforma dos ex-jogadores.

Nota final para a situação dramática vivida pelo plantel da AD Oliveirense – Futebol SAD, que milita no Campeonato de Portugal, competição organizada pela Federação Portuguesa de Futebol.

Os jogadores disseram basta e com o pré-aviso de greve aguardam pela regularização salarial até final da semana. Precisamos ir, rapidamente, além da mera identificação dos investidores. É preciso debater em que competições faz sentido que estes atuem, balizar as regras da sua atuação, definir as garantias que prestam no momento do investimento e fiscalizar regularmente esse mesmo exercício.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (15 de outubro de 2019)

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