Uma lenda chamada Kobe


Kobe Bryant partiu inesperadamente e deixou um enorme sentimento de perda por todo o mundo. Kobe era a manifestação do potencial e impacto social que um atleta pode ter, a capacidade de modelar a sociedade em função de valores de humanidade, respeito pelo próximo e civismo.

Figuras públicas como Kobe são tão marcantes, que se tornam cidadãos do mundo. O que fazem dentro de campo é gigantesco, mas é ainda maior o que constroem fora dele. Fora do jogo, na vida real, era muito mais do que um grande atleta e por isso tremendamente respeitado.

Merecia, na minha opinião, no dia após o seu trágico desaparecimento, o tema de capa do mundo desportivo, mesmo em Portugal, porque a violência, a discriminação, o ódio e intolerância, que são tão transversais ao desporto, também se combatem com a união em torno daqueles que verdadeiramente deixaram uma marca por aquilo que fizeram de bom.

Presto a minha sentida homenagem, em representação dos jogadores e jogadoras profissionais de futebol em Portugal, e só posso agradecer pela elevação com que Kobe dignificou todos os que vivem associados ao desporto.

Esta semana quero, também, dar os parabéns ao SC Braga pela conquista da Taça da Liga, em particular pela forte aposta em jogadores portugueses, e deixar uma palavra de congratulação ao Rúben Amorim, pelo trabalho desenvolvido.

O caso do Rúben gerou polémica e o Sindicato não foge à discussão sobre a legalidade e o acesso à atividade de treinador. Acreditamos, no entanto, que o modelo de formação pode ser alterado de modo a que os nossos principais ativos, refiro-me aos ex-jogadores que demonstram a vontade, o crer e a aptidão, tenham ainda durante a carreira e com ênfase no momento da transição, a possibilidade de progredirem numa formação capaz de incorporar e valorizar a sua experiência.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (28 de janeiro de 2020)

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