As medidas que se impõem


Iniciamos mais uma semana de contingência e paragem forçada das competições desportivas. Por todo o mundo, começamos a assistir à pressão unilateral feita por clubes, de diferentes dimensões, sobre os seus jogadores.

Esperava-se mais do governo do futebol. O pedido do presidente da FIFA, ao exigir só sacrifícios aos jogadores, foi redutor e nada acrescentou quanto à concretização das medidas excecionais que o momento exige.

Em Portugal, o diálogo tem sido produtivo, quer com a Federação Portuguesa de Futebol quer com a Liga Portugal, de quem o Sindicato já recebeu a garantia de que o último controlo financeiro, que antecedeu esta crise, será para cumprir sem restrições, o que nos traz maior segurança para encarar a negociação que temos pela frente.

Os jogadores estão disponíveis para fazer os sacrifícios que lhes couberem, depois de feito o diagnóstico, quantificados os prejuízos e partilhadas as soluções que impliquem sacrifícios redistribuídos por todos.

Há uma coisa que o Sindicato não pode admitir, que esta crise seja aproveitada por dirigentes que promoveram uma gestão irresponsável e totalmente desfasada da real capacidade financeira dos seus clubes, os mesmos que meses antes da suspensão das competições já incumpriam com as suas obrigações salariais, saiam beneficiados e sem prestar contas.  Ninguém aceita prescindir de direitos sem saber porquê, em que medida e muito menos para beneficiar quem não merece.

Termino como uma nota de pesar e as mais sentidas condolências à família do jovem Vítor Godinho, extensível aos seus amigos e ao Centro Cultural e Recreativo de Maceda.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (31 de março de 2020)

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