Questões que marcam a retoma e não retoma


Numa semana de grande agitação no futebol português, este é o tempo de promover uma comunicação responsável e exigir igual responsabilização dos agentes desportivos, na certeza de que os problemas que estamos a viver afetam o mundo desportivo e dependem, em grande medida, do conhecimento científico e esclarecimentos das autoridades de saúde.

É por isso que todas as dúvidas geradas estão a ser esclarecidas pelos especialistas médicos que apoiam as instituições desportivas nesta fase.

Além desta temática que diz respeito à retoma, a não retoma, no caso da LigaPro e do Campeonato de Portugal, também suscita sérias preocupações, de âmbito jurídico, social e até humanitário, numa fase em que vários jogadores se debatem com a incerteza no seu futuro profissional, sem ter a sua situação salarial regularizada.

Quanto à LigaPro, em particular, este é um momento em que cabe à Liga e aos clubes dar resposta e garantir os deveres contratuais, evitando a imagem vergonhosa, independentemente dos expedientes legais disponíveis, de manter cortes salariais quando existe um fundo que permitiu uma resposta financeira para a manutenção dos postos de trabalho e cumprimento da massa salarial.

O Sindicato já interpelou a Liga quanto a esta matéria, no sentido de exigir que os jogadores, já diferenciados em relação aos colegas da I Liga por decisão do Governo, não vejam agora afetados os seus créditos salariais porque não existe, objetivamente, razões de natureza financeira para que isso aconteça.

Mesmo os clubes que recorreram ao layoff devem procurar uma solução de compromisso com os jogadores, ao invés da intransigência que nalguns casos se tem verificado.

O Sindicato não hesitará em recorrer a todos os meios legais à disposição para colocar em causa o recurso a expedientes legais quando existem, objetivamente, as condições financeiras para compensar estes profissionais.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (12 de maio de 2020)

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