Os perigos da reta final
Aproximamo-nos das grandes decisões na Liga NOS e o final de época traz, como infelizmente vem sendo hábito nos últimos anos, notícias várias sobre suspeitas de aliciamento, de tentativas de condicionamento de atletas, que infelizmente refletem uma luta desesperada entre clubes pela sobrevivência, à margem das regras e princípios basilares de integridade na competição.
Nos últimos anos, temos tido uma preocupação especial com o match-fixing, mas sabemos que não é o único flagelo que mina a transparência, o fair-play e a igualdade entre competidores.
Temos, também, constatado que muitas práticas assumidas culturalmente no futebol resultam de falta de informação. Aos olhos dos órgãos de polícia criminal e no quadro legislativo vigente, não existem dúvidas sobre as práticas consideradas crime, além de disciplinarmente puníveis.
Uma delas é a designada oferta indevida de vantagem, ou seja, para que não restem dúvidas, é ilícito aceitar uma oferta financeira de um terceiro que não a entidade empregadora como contrapartida de um determinado comportamento desportivo, ainda que seja o mero reforço do empenho e motivação para vencer um determinado adversário.
“NOS ÚLTIMOS ANOS, TEMOS TIDO UMA PREOCUPAÇÃO ESPECIAL COM O MATCH-FIXING, MAS SABEMOS QUE NÃO É O ÚNICO FLAGELO QUE MINA A TRANSPARÊNCIA, O FAIR-PLAY E A IGUALDADE ENTRE COMPETIDORES.”
A mensagem que deixo aos jogadores é de que só conseguiremos combater a especulação e muitas das falsas acusações se formos intolerantes com comportamentos que afetam a integridade da competição.
Devem estar atentos e saber que a plataforma de integridade (integridade.fpf.pt) continua ativa para, de forma anónima se assim o entenderem, denunciar quaisquer práticas ou abordagens que visam condicionar os princípios da lealdade e verdade desportiva.
Entretanto, em Odivelas, já demos o pontapé de saída ao 18.º Estágio do Jogador. Os interessados em participar já sabem, falem connosco.
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (14 de julho de 2020)
