Futebol, DGS e bom senso


O número crescente de casos de COVID-19 no nosso país, seguindo uma tendência preocupante em toda a Europa, preocupa-nos a todos. O adiamento de jogos da II Liga no último fim-de-semana deixou patente alguma tensão, a qual não pode conduzir-nos a um ambiente de conflituosidade e suspeição, nem à instalação do pânico, seja na comunidade desportiva ou na sociedade em geral.

Sendo evidente que o futebol não pode voltar a parar e precisa, por isso, do apoio dos especialistas nos procedimentos para enfrentar este período, e que o Governo, bem como as autoridades de saúde, pretendem evitar um novo confinamento e consequente rutura da atividade económica, parece-me evidente que é necessário dialogar e colaborar na sensibilização para os comportamentos mais adequados à minimização desta crise.

O número de casos vai aumentar e teremos de os enfrentar com responsabilidade. Nesse sentido, os jogadores e equipas técnicas que estão a preparar-se para uma época duríssima, merecem o respeito e o esforço institucional para criar um ambiente de conciliação e tranquilidade.

No que depender do Sindicato, estaremos cá para ajudar a disseminar informação útil e viabilizar as soluções que protejam a sustentabilidade do setor, a saúde e os direitos dos praticantes.

No mundo atual, os direitos humanos são um assunto ao qual a sociedade e o desporto não podem fugir, porque a intolerância tende a prevalecer nos momentos de grave crise económica e social.

Associo-me à condenação pública da execução do lutador Navid Afkari, pelo governo iraniano, contra os apelos da comunidade internacional. Saúdo, ainda, a coragem de Naomi Osaka, que fez de um dos maiores momentos da sua vida desportiva uma plataforma na luta contra o racismo. 

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (15 de setembro de 2020)

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