O desporto que precisamos


O futebol e várias outras modalidades vivem o drama causado por este momento de estagnação. São várias as manifestações públicas de apelo ao poder político, as quais têm chegado dos diferentes quadrantes do movimento associativo, na legítima reclamação por medidas que devolvam a normalidade possível ao desporto nacional, dentro de uma pandemia que ainda vai durar.

É preciso desbloquear a retoma da prática desportiva e da competição, com planos de contingência adequados à realidade específica da modalidade e à situação pandémica no território, em paralelo com o apoio financeiro, especialmente nos períodos de impossibilidade dessa retoma.

Associo-me, sem reservas, ao apelo para esta reflexão, tal é o efeito devastador que o estrangulamento da atividade desportiva tem no bem-estar físico e psicológico da população, em especial a mais jovem, criando mais fadiga pandémica e um enorme travão ao desenvolvimento económico e social.

Não acho, desde o início desta pandemia, que as mudanças que queremos promover, em especial junto das autoridades de saúde, devam partir de pressões ou manifestações, mas antes de diálogo, de cooperação e de troca de informação, no sentido de que temos forçosamente de querer aprender como nos defender desta pandemia, e as autoridades de saúde têm o dever de compreender as diferentes realidades para dar uma resposta ajustada e, sobretudo, proporcional.

Nota final para os efeitos desta crise nos escalões inferiores. Estamos muito atentos ao que se está a passar no Campeonato de Portugal, estamos neste momento junto dos jogadores da CD Fátima SAD e Vitória Futebol Clube SAD, a responder às suas necessidades. Vai ser uma época difícil que nos obrigará a estar no terreno e, como sempre, ao lado dos jogadores e jogadoras.

Artigo de opinião publicado em: jornal Record (3 de novembro de 2020)

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