A Premier League depois do Special One
A valorização do futebol português no estrangeiro é evidente. A cada fim de semana que passa olhamos para a Premier League, por exemplo, e identificamos os nossos, que por lá vão deixando a sua marca. Há um nome que se destaca por ter sido pioneiro. Falo de José Mourinho, que vai começando a consolidar mais um grande trabalho, desta feita ao serviço do Tottenham. Mais do que ser especial, Mourinho soube com a qualidade do trabalho e influência criar uma excelente perceção dos nossos treinadores e, com isso, abrir a porta para que vários se aventurassem no mercado internacional. Merece, por isso, o reconhecimento do país desportivo, sendo um dos raros casos em que o sucesso se pode medir por fatores objetivos, os títulos, e fatores subjetivos, o prestígio e a credibilidade do futebol português com e depois dele. Essa justiça deve ser feita e quando completada com o sucesso de um colega de profissão como Nuno Espírito Santo, no Wolves, ou com a magia de Bernardo, Bruno, Rui e Diogo J., nos gigantes Man. City, Man. Utd, Wolves e Liverpool, entre outros exemplos, percebemos que somos uma marca ainda em ascensão.
Nota final para o alerta da FIFPro sobre a sobrecarga física e os fatores de stress nos jogadores. O futebol não pode parar, mas a gestão dos calendários, internos e internacionais, com um Europeu e um Mundial no Qatar a apertar ainda mais as agendas até 2022, têm de ser mais bem geridos. Treinos, jogos, estágios, viagens e concentrações nas seleções, potenciam, se mal geridos, um risco acrescido de lesão ou perturbação psicológica causada por fatores de stress e ansiedade. Acredito que, sem o equilíbrio entre saúde dos atletas e competição, toda a indústria sentirá os efeitos nefastos da sobrecarga, a curto e médio prazo.
Artigo de opinião publicado em: jornal Record (10 de novembro de 2020)